THEODOR ADORNO E A EDUCAÇÃO PARA A EMANCIPAÇÃO DOS ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO

Abstract

O projeto do esclarecimento (Aufklärung) defendido no período iluminista, incorpora uma tentativa de desmascarar o “encantamento, mágica, alegoria, fantasia” que velava a humanidade até então. O propósito era que a razão pudesse ser esclarecedora a tal ponto, que pudesse proporcionar à humanidade o alcance da sua autonomia e ousadia no pensar, construindo assim, uma sociedade mais igualitária e justa. O anseio iluminista por uma sociedade esclarecida, pela composição de homens autônomos ativaram as convicções de que a formação cultural seria o real passaporte para o esclarecimento humano, rompendo com as tutelas políticas e religiosas que impediam a libertação do pensar e agir humanos. No entanto, como nos apresentam Adorno e Horkheimer (1985), os ideais iluministas acabaram por não se cumprir, uma vez que o processo de esclarecimento acabou por se configurar em semiformação, que provocou a perda da identidade e uma espécie de coisificação do indivíduo. As sociedades consideradas mais esclarecidas, aquelas que tentaram dominar a natureza como um marco do processo civilizatório, acabaram por sucumbir a humanidade em um processo de barbárie, não escaparam das atrocidades e inconsequências que a própria humanidade foi capaz de consolidar. Nessa perspectiva, esta pesquisa realizada no Programa de Pós-Graduação Mestrado Profissional em Filosofia, na Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes, no período de 2019 a 2021 pretendeu refletir aspectos em torno do conceito de Emancipação, buscando identificar tal possibilidade dentro da contemporaneidade. Intentamos a partir de uma pesquisa aplicada, contribuir para a construção do processo de emancipação dos estudantes do Ensino Médio de uma escola pública no Norte de Minas Gerais. Nos propusemos a partir da Filosofia adorniana pensar pontos de crítica ao atual sistema de manipulação dos sujeitos, vislumbrando a partir disso possibilidades em que a Emancipação se tornasse possível na educação, em especial, a partir da prática do ensino de Filosofia. Defendemos, nesta pesquisa, a construção da emancipação a partir dos encontros firmados no chão da escola, buscando entender como esses encontros são fontes de formação cultural pretendemos buscar ressignificar o ensino de Filosofia, não como algo meramente ideológico, mas sim, como orbitação em torno do conhecimento. Ao buscar a intrínseca relação entre a educação e a emancipação, pretendemos apontar o entrelaçamento entre esses conceitos a partir da prática filosófica perpassando as estações que incidem sobre o sujeito os raios e os despertam para o pensamento crítico, ativo, participante e consciente de si e de sua realidade, oportunizando assim, a construção e formação sujeitos de fato, esclarecidos, autônomos e emancipados.