Impactos da legislação (Novo Ensino Médio, BNCC e DCT-TO) no currículo de História: desafios no Colégio Militar de Colinas do Tocantins (2016-2024)

Abstract

Esta pesquisa investigou os impactos da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e da implementação do Novo Ensino Médio no Ensino de História, tendo como objeto de análise o Colégio Militar do Estado do Tocantins João XXIII, entre 2016 e 2024. O estudo partiu da percepção de que as mudanças educacionais recentes, embora propostas como avanços para a formação dos estudantes, resultaram em desafios para a prática docente, especialmente em disciplinas das Ciências Humanas. A metodologia adotada envolveu análise documental dos marcos legais que regularam o Novo Ensino Médio e a BNCC, pesquisa participante em uma turma de estudantes e entrevistas com três professores de História da instituição estudada. O trabalho buscou compreender como as transformações curriculares influenciaram as práticas pedagógicas, o planejamento de conteúdos e a formação crítica dos estudantes. Os dados coletados revelaram que a aplicação dos novos referenciais curriculares resultou na diminuição da carga horária destinada à disciplina de História e na fragmentação dos conteúdos, dificultando a construção de uma visão histórica ampla e crítica por parte dos estudantes. As entrevistas apontaram, ainda, a ausência de uma padronização adequada entre escolas públicas e privadas e a dificuldade de adaptação dos docentes diante das novas exigências curriculares. Em resposta a essas problemáticas, elaborou-se, como produto da pesquisa, um manual informativo destinado aos professores de História e estudantes. Esse material teve como objetivo oferecer subsídios práticos para o enfrentamento dos desafios impostos pelo Novo Ensino Médio, contribuindo para o fortalecimento da prática docente e para a preservação do ensino crítico e reflexivo da História, mesmo em um cenário de reformas educacionais adversas. Além disso, a pesquisa destacou a importância da resistência e da criatividade dos professores na adaptação das metodologias de ensino, bem como a necessidade de espaços de formação continuada que abordassem criticamente as mudanças em curso. Concluiu-se que, embora as reformas curriculares representassem desafios significativos, elas também poderiam ser encaradas como oportunidades para repensar práticas pedagógicas e reafirmar o compromisso com uma educação histórica voltada para a formação cidadã dos estudantes.