Guerrilha do Araguaia: possibilidades para o ensino de História

Abstract

A pesquisa de mestrado que ora apresentamos explora o ensino de História, com foco na Guerrilha do Araguaia e nas potencialidades metodológicas para o ensino. No contexto atual, caracterizado pelo acirramento de narrativas sobre questões sensíveis à memória coletiva sobre a ditadura civil-militar (1964 – 1985), a consciência histórica emerge como um pilar fundamental dentro da Didática da História. Nosso objetivo consistiu em analisar a consciência histórica de alunos do Ensino Médio da Escola Estadual São José Operário (ECIM-SJO) e Centro de Ensino Médio José Alves de Assis (CEM-JAA), na cidade de Paraíso do Tocantins, sobre a Guerrilha do Araguaia (1972-1974). A pesquisa se fundamenta em uma metodologia baseada no viés quantitativo e qualitativo de investigação científica, com foco no processo vivenciado pelos sujeitos participantes. Para isso, elaboramos um questionário que permitiu identificar o perfil socioeconômico dos estudantes e uma sequência de atividades que nos ajudou a compreender como as abordagens dos conteúdos sobre a ditadura podem influenciar o aprendizado histórico desses estudantes. Além disso, o estudo se apoia em obras bibliográficas como Moraes e Silva (2012), Mechi (2015), Campus Filho (2012) e na própria legislação educacional do Brasil e do Estado do Tocantins (LDB, BNCC, Constituição Federal de 1988, Documento Curricular do Tocantins). Como resultado desses estudos, a pesquisa culminou em um livro paradidático de ensino intitulado “Guerrilha do Araguaia: repressão e resistência à ditadura civil-militar no Tocantins”, destinado aos estudantes do 9º ano do Ensino Fundamental e da 1ª à 3ª Série do Ensino Médio, além de professores de História, visando ampliar os horizontes de alunos e professores a pensarem criticamente sobre esse período complexo da história brasileira que foi a Guerrilha do Araguaia e ditadura civil-militar. Assim, espera-se que, ao ensinar sobre a Guerrilha do Araguaia, o professor de história fomente uma educação que não apenas informe, mas também promova experiências democráticas e estimule a autonomia dos estudantes na construção de seu conhecimento e na interação com o mundo atual.