SABERES E PRÁTICAS EDUCATIVAS NO ENSINO DE FILOSOFIA NO ENSINO MÉDIO: ESPERANÇAS E DECEPÇÕES

Abstract

Esta dissertação tem por pretensão compreender como se constitui a relação entre a filosofia e a didática aplicada em sala de aula do ensino médio, a partir das reflexões filosóficas da educação. Em sua especificidade, interroga-se, entre outras possibilidades: as aulas de filosofia acontecem na prática como se estabelece a legislação educacional? E se não acontecem seria um problema metodológico? Didático? Histórico? Ou qual seriam as implicações que levam a esse acontecimento? A partir dessa problematização e questionamento, a pesquisa acontece por meio do método qualitativo e do estudo de caso, no qual se procura apreender a configuração da abordagem filosófica em sua aplicabilidade na realidade educacional brasileira para que se esclareça e se elucide a relação entre a práxis pedagógica, a educabilidade e a formação. Diante do que se procura entender é se existe uma didática específica para as aulas de filosofia e as possibilidades interpretativas, respaldadas nos confrontos históricos da produção do conhecimento. Assim, traduzir o conhecimento numa linguagem mais acessível será a tarefa da utilidade dessas práticas, ou talvez a afirmação de que nosso pensar filosófico está inserido num contexto de orientação que não descarta, em hipótese alguma, a presença de uma indicação de como agir. Esse é um ponto de grande tensão, porque justamente nele é possível confrontar um desejo de liberdade e autonomia advindo dos conhecimentos da ciência e de uma organização sistêmica em torno do aprender e do ensinar, ou seja, de um plano prévio e prescritivo do tempo, dos conteúdos, das atividades, do modelo de professor, dos educandos e dos resultados desse agir filosófico no social, nos campos da filosofia e da didática, que enfatiza a inter-relação entre estes saberes. A necessidade dessa pesquisa surgiu das angústias que o professor não “formado” em filosofia sente ao lhe ser atribuído aulas de filosofia, no qual se torna um professor “explicador”, um mestre ignorante no sentido explícito do termo. Assim, propomos como objetivo encontrar uma ferramenta didática para ensinar Filosofia no ensino médio que propicie um melhor ensinar e aprender.