HÁ PROTAGONISMO DAS MULHERES NOS LIVROS DIDÁTICOS DE HISTÓRIA? ANÁLISE DE DUAS COLEÇÕES PARA O ENSINO MÉDIO E PROPOSITURA DE UM CONJUNTO DE OFICINAS

Abstract

Esta dissertação de mestrado tem como objetivo analisar a construção do gênero a partir do protagonismo das mulheres na História ensinada em Coleções Didáticas do Plano Nacional do Livro Didático/2018. A escolha desse tema se justifica pelos altos índices de violência cometidos contra as mulheres, as hierarquias naturalizadas e a desigualdade de gênero na sociedade. O referencial teórico e metodológico de gênero se baseia principalmente nos estudos de Joan Scott, que explica essa categoria de análise histórica como uma construção social e como forma de dar significado as relações de poder. Scott entende que a categoria gênero usada primeiro para analisar as diferenças entre os sexos, foi estendida à questão das diferenças dentro da diferença. Nesse sentido a obra de Ângela Davis se tornou essencial à pesquisa, pois mostra o quanto é preciso considerar a interseccionalidade de raça, classe e gênero. Nesta pesquisa, considera-se o livro didático de história como documento histórico, sem deixar de compreender sua importância enquanto objeto físico de valor comercial. É eixo norteador do trabalho a análise e reflexão das relações gênero através do protagonismo das mulheres na História ensinada pelos livros didáticos, e sobre como essas abordagens estão inseridas no contexto da desigualdade e da violência de gênero na sociedade.