Ibi Mi: Pensando o lugar das religiões afro-brasileirasem uma escola pública.

Abstract

Esta dissertação investiga a inclusão das religiões de matrizes africanas no currículo escolar, com ênfase na educação básica no Rio de Janeiro. Motivada por quase duas décadas de experiência docente e pessoal como mulher de Axé, a pesquisa busca compreender a subalternidade e a marginalização dessas religiões no ambiente escolar, bem como os desafios e as possibilidades de sua valorização e reconhecimento. A partir de uma abordagem intersecional e decolonial, a análise baseia-se nas contribuições teóricas de pensadores como Pinar e Monteiro, que criticam a hegemonia eurocêntrica do currículo e defendem uma perspectiva mais inclusiva e pluralista. Ademais, a pesquisa fundamenta-se na contextualização histórica das religiões afro-brasileiras, como o Candomblé e a Umbanda, destacando sua relevância cultural e filosófica. O Projeto IBI MI é apresentado como uma resposta metodológica concreta para promover a articulação entre a educação escolar e a tradição oral afro-religiosa, oferecendo atividades interdisciplinares que buscam enriquecer o currículo e fomentar uma educação antirracista. A metodologia adotada inclui análise documental, revisão bibliográfica e entrevistas com membros da comunidade escolar. A dissertação conclui que a inclusão das religiões afro-brasileiras no currículo escolar é fundamental para combater o racismo estrutural e promover o respeito à diversidade, propondo uma reforma curricular que integre essas tradições de forma legítima e respeitosa. O estudo reafirma a importância de reconhecer a escola como um espaço de aprendizado inclusivo, onde todos possam encontrar seu lugar de pertencimento e valorização das diversidades culturais e religiosas.