REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE ESTUDANTES COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA COMPARTILHADAS POR PROFESSORES DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DE OLINDA - PE

Abstract

O expressivo aumento de matrículas de estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) no ensino regular, depara-se com maior enfoque notadamente nas suas limitações em detrimento de suas potencialidades. Posto que ainda são percebidas expectativas de turmas homogêneas e dificuldade em lidar com as diversidades, assim, emerge o desafio para profissionais da educação e comunidade escolar, em especial os (as) docentes, à superação de crenças limitantes sobre a escolarização desses estudantes. A questão que motivou esta pesquisa foi: o que dizem os(as) docentes a respeito da inclusão de estudantes com TEA na escola e quais as contribuições das formações continuadas nas transformações de representações sociais que possam limitar e/ou dificultar a inclusão desses estudantes? Como objetivo geral buscou-se com esta pesquisa analisar a natureza das representações sociais de inclusão de estudantes com TEA e sua escolarização compartilhada pelos professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental da rede de Olinda-PE. Os objetivos específicos foram formulados no sentido de a) identificar a existência e/ou necessidades formativas para atuar com estudante com TEA compartilhadas pelos docentes dos anos iniciais do Ensino Fundamental da rede municipal de Olinda-PE; b) examinar as propostas de formação continuada em Educação Inclusiva da rede municipal de Olinda-PE; c) verificar as aproximações e distanciamentos entre as expectativas dos docentes e as formações continuadas em Educação Inclusiva propostas pela rede municipal de Olinda-PE; d) desenvolver como produto educacional uma proposta de formação continuada em Educação Inclusiva conforme os resultados do estudo A identificação da percepção de docentes sobre a inclusão de estudantes com TEA na rede de ensino de Olinda ocorreu a partir da Teoria das Representações Sociais (TRS). A metodologia adotada foi a abordagem qualitativa do tipo estudo de caso, descritivo interpretativo. A pesquisa ocorreu em três escolas da Rede Municipal de Olinda, que possuem estudantes com TEA matriculados nos anos iniciais do Ensino Fundamental e na diretoria de ensino/divisão de inclusão da Secretaria Municipal de Educação. A revisão da literatura foi desenvolvida a partir do método Principais Itens para Relatar Revisões Sistemáticas e Meta-análises (PRISMA). Os instrumentos utilizados foram: Teste de Associação Livre de Palavras (TALP) e entrevistas semiestruturadas. Os resultados apontaram a existência de necessidades de formativas a serem supridas, visto que, não há proposta de formação continuada em Educação Inclusiva para professores do ensino regular, apenas para os professores do Atendimento Educacional Especializado (AEE), o que de fato existe, são expectativas por parte dos professores, que essas formações em Educação Inclusiva, também os alcancem. As Representações Sociais do fenômeno observado, estão ancoradas na sensação de escassez, de negação de condições, ligadas a inexistência de processos formativos, de estrutura física adequada nas escolas, de recursos humanos e materiais. Desse modo, pode- se observar, que os dispositivos legais, ainda não têm sido suficientes para que de fato, na realidade escolar analisada, se reconheça a inclusão de estudantes com TEA de forma adequada, isto é, para além da matrícula compulsória, mas assegurando condições equitativas de aprendizagem. Como Produto Educacional, elaborou-se uma proposta de um curso de formação continuada em Educação Inclusiva, dirigida as três escolas que acolheu a pesquisa tomando como referência os resultados obtidos. Com isso, a expectativa é ampliar o debate sobre a escolarização dos estudantes com TEA e de alguma maneira contribuir para que a sua inclusão seja materializada em práticas pedagógicas planejadas para alcançá-los, favorecendo sua aprendizagem e permanência no ambiente escolar.