“NÊGA QUI TU TEM?”: A poesia de Bruno de Menezes e as relações raciais no ensino de história

Abstract

Este texto tem por objetivo socializar conhecimentos e metodologias por meio de uma proposta de trabalho que possa juntar a temática das relações raciais, a Literatura e o ensino de História à proposta do ProfHistória, visando aulas interdisciplinares por meio da Literatura do poeta Bruno de Menezes. Para tanto, realizamos leituras de artigos, dissertações, livros, documentários e periódicos no intuito de mapear as políticas, ações projetos e discussões que busquem dar visibilidade à temática em questão dando ênfase às preocupações do referido poeta enquanto importante intelectual da cidade de Belém, em um contexto de debates e divulgações do movimento modernista. Momento este, que possibilitou ao mencionado literato realizar diversas atividades intelectuais entre a década de 1920 e 1930 por meio da Academia do Peixe Frito. Com este ponto de vista, procuramos entender de que maneira e/ou até que ponto Bruno de Menezes traz em seu livro “Batuque” discussões claras dentro de uma perspectiva racial e de que forma este poeta busca compreender-se e compreender sua cultura por meio da Literatura. Desse modo, procuramos desenvolver um trabalho e um olhar para além das experiências de uma professora de História da educação básica, possibilitando, assim, o interesse em analisar, compreender e propor discussões e métodos direcionados a essa temática destacando alguns pontos, como: valorização do afro-brasileiro, religiosidade, musicalidade e formas de resistência presente nas poesias de Bruno de Menezes como instrumento de efetivação e aplicabilidade da Lei 10.639/2003 e, por meio disso, trazer reflexões sobre a temática nas escolas. Vale destacar que esse tipo de discussão possibilita alguns enfrentamentos uma vez que parte da comunidade escolar apoia e está aberta para o debate, no entanto, ainda encontramos muitas resistências para discutir determinados temas, principalmente no tocante à questão da religiosidade, pois a intolerância religiosa ainda fala muito alto e muito ainda há que ser discutido nesse quesito. Ao final, alcançamos resultados positivos, como a socialização das atividades propostas e de coreografias de danças afro-brasileiras.