FILOSOFIA E LITERATURA: DISTOPIA COMO FERRAMENTA DE ENSINO

Abstract

Diante da grande passividade dos estudantes frente à conteúdos teóricos e, para eles, muitas vezes enfadonhos, faz-se sempre necessário pensar as práticas de ensino e aprendizagem, buscando, para usar um termo da filosofia da diferença, reterritorializar as práticas pedagógicas, chamando os estudantes para o encanto com o saber. Acreditamos que a literatura tem mesmo esse poder de encantar. Através dela podemos vislumbrar mundos fictícios, que por vezes bebem do mundo real e nos fazem embarcar em viagens até então inimagináveis. Nos faz também voltar desses mundos fictícios e pensar nosso próprio mundo, pensar a vida. Além disso, a apreciação de obras literárias como ferramenta metodológica para o ensino e aprendizagem de Filosofia pode estimular o imaginário, a inteligência e o pensar com a realidade, auxiliando também na criação de conceitos, o que, segundo Deleuze e Guattari, é o que define a Filosofia. Para tal, esta cartografia arrazoa sobre como a literatura distópica 1984 de George Orwell pode ser um aparato para as aulas de filosofia, servindo como recurso didático-metodológico para o estudo de temas como a sociedade disciplinar e a sociedade de controle junto à leitura de pensadores como Michel Foucault, Gilles Deleuze e Félix Guattari. Discute ainda a possibilidade do ensino de Filosofia como Fábrica de Conceitos, segundo os estudos do professor e filósofo Sílvio Gallo e Ada Kroef. Analisa também como a literatura distópica aparece ou fica de fora no livro Filosofando de Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins.