As construções identitárias dos(as) estudantes em uma escola pública do interior de Pernambuco a partir da literatura de autoras negras

Abstract

A presente pesquisa apresenta uma intervenção pedagógica que se desenvolveu por meio de uma sequência didática usando a literatura de autoras negras brasileiras e as discussões teóricas em torno das questões sociológicas relacionadas à construção identitária étnico-racial dos(as) adolescentes negros(as) na escola pública, como forma de autoafirmação, autoidentificação, valorização e respeito - por meio dos(as) adolescentes não-negros(as) -, com o intuito de compreender como as questões raciais que auxiliam na construção identitária dos(as) estudantes estão presentes nas relações sociais desenvolvidas no espaço escolar, tendo como campo de pesquisa uma Escola Técnica Integral da rede estadual no interior de Pernambuco. Tomamos

como base a Lei 10.639/2003, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Afro- brasileira na Educação Básica, a partir da leitura e da análise das obras Quarto de despejo: diário

de uma favelada, da autora Carolina Maria de Jesus e Ponciá Vicêncio da autora Conceição Evaristo. Nesse sentido, o trabalho se divide em quatro capítulos centrais, a saber: o primeiro apresenta a introdução, o segundo apresenta uma discussão teórica, o terceiro o desenvolvimento da sequência didática e o quatro as análises dos dados que foram elencados. A metodologia escolhida foi de cunho qualitativo e bibliográfico, através da pesquisa-ação, além de utilizar entrevista semiestruturada com 30 estudantes, do 2o ano do Ensino Médio, que participaram da intervenção pedagógica. Utilizou-se como aporte teórico, as contribuições de Kabengele Munanga (2016), Nilma Lino Gomes (2020), Ynaê Lopes dos Santos (2022), Lélia Gonzalez (2022), Stuart Hall (2014), Kathryn Woodward (2014), entre outras para as questões de raça, racismo e construção identitária. Os resultados da intervenção pedagógica, na

sequência didática, se mostram relevantes, pois discutir sobre construção identitária étnico- racial de autoidentificação e autoafirmação de estudantes negros na escola pública, assim como

a valorização e o respeito, por parte dos estudantes não-negros, é fundamental para a melhor convivência no ambiente escolar a favor do favorecimento da autoestima dos(as) adolescentes, como também a construção individual e coletiva de cada sujeito na escola e na sociedade.