AKANGATU, O LEVANTE DA MEMÓRIA: ENSINO DE HISTÓRIA E LETRAMENTO PATRIMONIAL EM CACHOEIRA DOS ÍNDIOS-PB

Abstract

O trabalho foi realizado na perspectiva de uma abordagem inovadora para o Ensino de História na Educação Básica, utilizando para o caminho metodológico de pesquisa os campos da Educação Patrimonial e da História oral como ferramentas metodológicas para a compreensão da História, promovendo o Letramento Patrimonial, para ao final consolidar a Consciência História, a partir do levante da memória mobilizadas pelos patrimônios históricos e culturais do lugar, construindo uma concepção e percepção da atuação docente do ensino de História, tendo como cenário histórico de pesquisa o município de Cachoeira dos Índios-PB. Buscou-se mitigar as dificuldades de ensino da disciplina de forma significativa, tornando-a atraente e problematizadora, ocupando todo o município e ouvindo os cachoeirenses, como espaço de aprendizagem histórico escolar. Procuro discutir e problematizar a apresentação de saberes locais no ensino e aprendizagem, que não devem continuar à margem da aprendizagem nas aulas de História. Isso porque, nos currículos municipais não é apresentado nada referente a história local, ou seja, como ensinar uma história global ou regional se até o advento da consolidação desta pesquisa não existiam referências de acesso escolar, sejam escritos ou permitindo que a memória social estivesse presente a serviço da aprendizagem histórica externo à escola ou à sala de aula? A partir daí, a pesquisa se propôs a unir narrativas de memória e fontes documentais para construir narrativas escritas que oportunizassem um aprendizado significativo. Como temas e testemunhos norteadores utilizo dos patrimônios históricos presentes no município para promover o levante da memória, voltado à construção de uma identidade local para preservação dos patrimônios, como também para o conhecimento dos enredos da comunidade, e, consequentemente, global. Apresento como possibilidade de conhecimento uma construção coletiva, com participação e elaborações dos alunos, nas reivindicações feitas por eles como norteadoras da pesquisa, indicando-os a como os encontrar e reivindicar os seus patrimônios materiais, imateriais e naturais dentro do contexto da percepção histórica que os cercam, e, com isso, resultou a Historiografia Escolar Aplicada, uma nova narrativa para a História da ocupação do território, a produção do Inventário Juvenil do Patrimônio Cachoeirense, como fonte de acesso escolar, na metodologia do Letramento Patrimonial, por meio da vivência histórica proporcionada nas Aulas-oficinas de História e um detalhado inventário acadêmico dos patrimônios históricos do município, os naturais Serrote do Coati e Serrote do São Joaquim, os imateriais Banda Cabaçal Os Monteiros, as Quadrilhas Juninas e a Cavalgada de São José, e os materiais, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, o Museu da Baixa Grande e a espetacular descoberta de professor e alunos da Escola Maria Cândido de Oliveira, do Sitio Arqueológico Boa Fé, que legitima o topônimo do município, 61 anos após sua emancipação. Com o intuito de tornar a aprendizagem significativa, aprendemos e nos tornamos sujeitos da história, vivenciando o evento histórico ao tempo que escrevemos fontes escritas que podem auxiliar na fabricação do currículo municipal para o ensino de História, que posteriormente poderão ser utilizadas como saberes coletivos e escolares, conferindo a estes saberes a consciência de pertencimento e valorização da história de onde se vive.