PATRIMÔNIO, DIDÁTICA DA HISTÓRIA E AULA DE CAMPO NO CENTRO HISTÓRICO DE PIRENÓPOLIS - GOIÁS: UMA PROPOSTA PARA EDUCAÇÃO BÁSICA

Abstract

O presente trabalho propõe investigar a potencialidade do centro histórico da cidade de Pirenópolis, Goiás, como recurso educativo para o ensino da História Regional a partir da aula de campo e a criação de uma didática própria que possa promover o desenvolvimento da consciência histórica. A cidade é mundialmente conhecida por abrigar o berço da cultura goiana em suas tradições que remontam o século XIX, as famosas cavalhadas e o primeiro Jornal do Estado de Goiás – Matutina Meiapontense. Tombada a partir de 1985, a cidade oferece possibilidade didática de interpretação do passado a partir do patrimônio colonial conservado. O uso da didática da História se torna importante no processo de construção de metodologia capaz de integrar o patrimônio cultural ao ensino de história em diferentes locais. A pesquisa tem como referência textos de Helena Pinto em sua experiência desenvolvida na cidade de Guimarães, em Portugal, e o alemão Jörn Rüsen que parte da discussão a respeito da didática da história e o desenvolvimento da consciência histórica. A BNCC, os PCNs, e o DC-GO Ampliado do Estado de Goiás foram essenciais para o desenvolvimento da pesquisa. A partir da prática de outros tempos nesse mesmo espaço permitiu elaborar um roteiro histórico destinado a estudantes da educação básica em uma escola pública na cidade de Anápolis. O processo metodológico contou com aulas históricas, aulas-oficina as quais tiveram a função de preparar os alunos para a aula de campo. Durante a aula histórica trabalhou-se conceitos sobre Educação Patrimonial. A pesquisa apresenta uma discussão teórica a respeito do uso do patrimônio e sua contribuição para o ensino de história, as quais se dão em aulas de campo no polígono tombado pelo IPHAN, sem, contudo, deixar de dar ênfase a vozes silenciadas como indígenas e negros que sofreram com a ocupação do espaço geográfico pelos bandeirantes durante a exploração de ouro em Goiás. Nessa perspectiva apresenta uma discussão teórica que relaciona a aula de campo como metodologia para o ensino de história de Goiás utilizando a cidade de Pirenópolis para o desenvolvimento de uma construção crítica por meio do contato com o patrimônio histórico, sem, contudo, aceitar o que está posto como oficial, promovendo o protagonismo entre os alunos a partir de um ensino de história que pode ampliar e desenvolver a capacidade crítica dos alunos sobre a história de seu Estado. A pesquisa defende práticas inovadoras para o ensino de história por meio da aula de campo, como forma de resistência ao ensino tradicional que perpetua nas escolas brasileiras. Por fim, apresenta um caderno pedagógico intitulado “Trieiro”, o qual traz, além do percurso no centro histórico dos pontos a serem visitados, a proposta de criação de oficinas sobre patrimônio e educação pela experiência, além de orientações pedagógicas importantes para o desenvolvimento de uma aula de campo segura e prazerosa pensada para os anos finais do ensino fundamental e médio, quando se trabalha a História de Goiás.