Elementos para a clínica da melancolia em um centro de atenção psicossocial

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Autor(es): dc.contributorCeles, Luiz Augusto Monnerat-
Autor(es): dc.creatorSilva, Carlos Alexandre Araújo Benício da Costa e-
Data de aceite: dc.date.accessioned2024-10-23T16:21:33Z-
Data de disponibilização: dc.date.available2024-10-23T16:21:33Z-
Data de envio: dc.date.issued2024-07-25-
Data de envio: dc.date.issued2024-07-25-
Data de envio: dc.date.issued2024-07-25-
Data de envio: dc.date.issued2024-04-26-
Fonte completa do material: dc.identifierhttp://repositorio2.unb.br/jspui/handle/10482/49183-
Fonte: dc.identifier.urihttp://educapes.capes.gov.br/handle/capes/906403-
Descrição: dc.descriptionTese (doutorado) — Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Departamento de Psicologia Clínica, Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura, 2024.-
Descrição: dc.descriptionA melancolia e suas diversas acepções - nem sempre atreladas ao campo psicanalítico ou psiquiátrico - têm acompanhado o desenvolvimento da humanidade desde a antiguidade. Nas classificações atuais, após longo processo marcado pela invisibilidade - que inclui supressão e substituição terminológica -, a melancolia tem sido utilizada para designar um subtipo dentro do amplo campo da depressão. Tendo em vista ser a depressão um dos males que mais assolam os países - através do ônus em demasia aos sistemas públicos de saúde, bem como pelo efeito substancialmente nefasto à força produtiva de trabalho -, uma demanda contínua e cada vez mais densa tem acentuado a produção de psicofármacos desde a década iniciada em 1970. Esses antidepressivos são utilizados de forma eficiente no tratamento da depressão, e a partir da utilização massificada deles pode-se observar o contraste que se estabelece entre a melancolia e a depressão, já que o sujeito invariavelmente esquiva-se da depressão – ou mesmo dela consegue efetivamente se livrar -, mas se mantém sob os efeitos da melancolia. Diante desse cenário, através de uma análise exploratória e também propositiva, o presente estudo busca apresentar e problematizar as nuances que acompanham as possibilidades do trabalho psicanalítico no contexto da saúde mental pública brasileira e, de forma mais específica, as questões que perpassam a clínica da melancolia a partir das experiências que se dão em um centro de atenção psicossocial (CAPS). Partindo do referencial psicanalítico, especificamente da articulação entre as perspectivas de Freud e Green, parte do trabalho tem como escopo investigar o funcionamento da melancolia nos dias atuais, tendo em vista as características de sua manifestação na população que é assistida pelo CAPS e, principalmente, que tipo de clínica pode ser desenvolvida. Perpassando por noções angulares, numa intrínseca interlocução entre as teorias supracitadas, neste estudo a temática da melancolia propele um desafio sobre a imposição de limites entre a neurose e a psicose, os fatores estruturais e a demarcação de uma dinâmica atual. Frente a tal intento, o manejo clínico exige atenção e escuta especiais, principalmente no tocante à crueldade e à violência com as quais o Eu melancólico se defronta - tendo a si próprio como alvo da destruição -, situação essa que deixa como marcas as paralisias nos processos de representação. E é nesse sentido que, considerando o processo histórico de supressão da melancolia, se faz importante observar o cenário da assistência pública, no qual se encontram os centros de atenção psicossocial, e o lugar de existência que eles conquistaram enquanto componentes centrais no campo da saúde mental. Perpassando pelo contexto que favoreceu a implementação da Política de Saúde Mental e da Reforma Psiquiátrica, e com elas a criação desses centros, o estudo que se segue promove ainda a discussão de aspectos da constituição e do funcionamento do CAPS - bem como as aproximações do referencial psicanalítico em direção ao discurso da Reforma - para, posteriormente, caracterizar e compreender a clínica da melancolia nesse contexto, através de elementos como o convívio e a prática de trabalhos em grupo. O convívio é aqui caracterizado como um dispositivo que possibilita a construção de relações intersubjetivas, a partir da inserção social, de um enquadre flexível e do respeito integral ao outro. A potencialidade do convívio pôde se revelar em virtude da ausência de um script preestabelecido sobre como se relacionar, o que permite uma maior flexibilidade e espontaneidade nas interações. Desempenhando um papel fundamental na interconexão das experiências, bem como na criação de laços sociais, o convívio tem a capacidade de estabelecer conexões entre pessoas, lugares e ações - função esta fundamental, principalmente, quando se remete ao característico quadro da melancolia, no qual a capacidade de conexão encontra-se significativamente prejudicada. Já o trabalho em grupo é abordado sobre diferentes aspectos, tais como: função de meta-continente institucional, forma de acolhimento sensível e de expressão das vivências angustiantes, e, sobretudo, pela atuação efetiva sobre as tendências autodestrutivas que marcam a melancolia – que, por sua vez, mostram-se vinculadas a processos desenvolvidos durante a infância. A relevância desses conteúdos para a compreensão do público assistido pelo CAPS ressalta a importância de abordagens terapêuticas sensíveis à complexidade dos processos psíquicos em jogo. Portanto, a atuação do CAPS se destaca por promover a reinserção social, considerando a complexidade da subjetividade dos usuários, respeitando a autonomia e a singularidade de cada indivíduo, o que favorece uma abordagem mais inclusiva e respeitosa da diversidade humana.-
Descrição: dc.descriptionMelancholy and its various connotations - not always confined to the psychoanalytic or psychiatric realms - have accompanied humanity's development since ancient times. In contemporary classifications, after a lengthy process marked by invisibility, including terminological suppression and replacement, melancholy has been employed to denote a subtype within the broader scope of depression. Considering depression as one of the afflictions that significantly impact nations - placing excessive burdens on public healthcare systems and exerting a substantially detrimental effect on workforce productivity - an ongoing and increasingly dense demand has heightened the production of psychotropic medications since the 1970s. These antidepressants prove effective in treating depression, and it is through their widespread use that one can observe the contrast that emerges between melancholy and depression. The individual inevitably evades depression - or even manages to effectively free himself from it -, but remains under the effects of melancholy. Given this scenario, through an exploratory and also propositional analysis, the present study seeks to present and problematize the nuances that accompany the possibilities of psychoanalytic work in the context of brazilian public mental health and, in a more specific way, the issues that permeate the clinic of melancholy from the experiences that take place in a psychosocial care center (CAPS, in portuguese). Starting from the psychoanalytic referential, specifically from the articulation between the perspectives of Freud and Green, part of the work aims to investigate the functioning of melancholy in current times, considering the characteristics of its manifestation in the population that is assisted by the CAPS, and, most importantly, what kind of clinic can be developed. Going through angular notions, in an intrinsic interlocution between the aforementioned theories, in this study the theme of melancholia poses a challenge about the imposition of limits between neurosis and psychosis, the structural factors and the demarcation of a present-day dynamic. In the face of such an attempt, clinical management requires special attention and listening, mainly regarding the cruelty and violence that the melancholic "I" faces - having itself as the target of destruction - a situation that leaves as marks the paralysis in the processes of representation. And it is in this sense that, considering the historical process of melancholy suppression, it becomes important to observe the scenario of public assistance, in which the psychosocial care centers are found, and the place of existence they have conquered as central components in the field of mental health. Passing through the context that favored the implementation of the Mental Health Policy and the Psychiatric Reform, and with them the creation of these centers, the study that follows also promotes the discussion of aspects of the CAPS constitution and functioning - as well as the approximations of the psychoanalytic referential towards the Reform discourse - to, subsequently, characterize and comprehend the clinic of melancholy in this context through elements such as coexistence and the practice of group work. The conviviality is here characterized as a device that enables the construction of intersubjective relationships, stemming from social insertion, a flexible framework and full respect for the other. The potential of conviviality was able to reveal itself due to the absence of a pre-established script on how to relate, which allows for greater flexibility and spontaneity in interactions. Playing a fundamental role in interconnecting experiences, as well as in creating social bonds, conviviality has the ability to establish connections among people, places, and actions - a crucial function, especially when referring to the characteristic framework of melancholy, in which the capacity for connection is significantly impaired. The group work, on the other hand, is approached from various aspects, such as: meta-institutional containment function, sensitive reception and expression of distressing experiences, and, above all, by effective intervention on self-destructive tendencies that mark melancholy - and which, in turn, are shown to be linked to processes developed during childhood. The relevance of these contents for understanding the audience assisted by CAPS underscores the importance of therapeutic approaches sensitive to the complexity of the psychic processes at play. Therefore, the performance of CAPS stands out for promoting social reintegration, considering the complexity of users' subjectivity, respecting the autonomy and uniqueness of each individual, thus favoring a more inclusive and respectful approach to human diversity.-
Descrição: dc.descriptionInstituto de Psicologia (IP)-
Descrição: dc.descriptionDepartamento de Psicologia Clínica (IP PCL)-
Descrição: dc.descriptionPrograma de Pós-Graduação em Psicologia Clínica e Cultura-
Formato: dc.formatapplication/pdf-
Idioma: dc.languagept_BR-
Direitos: dc.rightsAcesso Aberto-
Direitos: dc.rightsA concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.unb.br, www.ibict.br, www.ndltd.org sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra supracitada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.-
Palavras-chave: dc.subjectMelancolia-
Palavras-chave: dc.subjectSaúde mental - assistência-
Palavras-chave: dc.subjectCentro de Atenção Psicossocial (CAPS)-
Palavras-chave: dc.subjectPsicanálise-
Título: dc.titleElementos para a clínica da melancolia em um centro de atenção psicossocial-
Tipo de arquivo: dc.typelivro digital-
Aparece nas coleções:Repositório Institucional – UNB

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