“Esperando, esperando” : segregação e subalternidade nas remoções habitacionais na implantação do VLT em Fortaleza

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MetadadosDescriçãoIdioma
Autor(es): dc.contributorBernardino-Costa, Joaze-
Autor(es): dc.contributorNunes, Brasilmar Ferreira-
Autor(es): dc.creatorCosta Junior, Pedro Wilson Oliveira da-
Data de aceite: dc.date.accessioned2024-10-23T15:30:05Z-
Data de disponibilização: dc.date.available2024-10-23T15:30:05Z-
Data de envio: dc.date.issued2018-02-20-
Data de envio: dc.date.issued2018-02-20-
Data de envio: dc.date.issued2018-02-20-
Data de envio: dc.date.issued2017-08-28-
Fonte completa do material: dc.identifierhttp://repositorio.unb.br/handle/10482/31260-
Fonte: dc.identifier.urihttp://educapes.capes.gov.br/handle/capes/884685-
Descrição: dc.descriptionTese (doutorado)—Universidade de Brasília, Intituto de Ciências Sociais, Departamento de Sociologia, 2017.-
Descrição: dc.descriptionA realização de megaeventos recentemente no Brasil, com destaque para a Copa do Mundo FIFA de 2014, registrou violações de direitos das populações diretamente atingidas pelas obras, sobretudo pelas remoções forçadas e reassentamentos habitacionais. A atuação do poder público nesse processo descumpriu marcos internacionais de Direitos Humanos. Milhares de pessoas, distribuídas nas 12 cidades-sede da Copa, foram ou permanecem ameaçadas de saírem de suas casas, mesmo após o fim do megaevento. Trata-se de comunidades assentadas em áreas que, no passado, eram pouco valorizadas pelo capital imobiliário, mas, em razão da própria expansão urbana recente, tornaram-se objeto da cobiça do mercado. As alegações oficiais para as remoções vão desde projetos de mobilidade urbana, passando por questões ambientais, chegando até mesmo à preservação das populações retiradas de áreas consideradas de risco. Os direitos à informação, à transparência e à participação dos segmentos atingidos não foram respeitados. No geral, informações acerca da quantidade de famílias reassentadas, indenizações, locais para reassentamento, permaneceram inacessíveis ao longo do processo. O silenciamento e demais violações de direitos dessas populações ilustra bem como se desenrola a produção da subalternidade na sociedade brasileira, através de uma velada, embora notória, classificação e seletividade na distribuição de capitais, nesse caso, no que concerne a direitos básicos de cidadania, resultando numa deterioração da dignidade pessoal de uma ampla camada de indivíduos, “culpados” pelo próprio destino. O objetivo desta investigação foi analisar a ocupação e produção do espaço urbano pelos grupos subalternos através da reconstrução histórica e análise sociológica das experiências de remoções habitacionais ocorridas, observadas a partir do caso do VLT Parangaba – Mucuripe, em Fortaleza, e compreendidas através das percepções de indivíduos que sofreram diretamente as remoções. A hipótese levantada é que as famílias diretamente atingidas pelas remoções figuram como o segmento mais penalizado dentro de um processo mais amplo, em que as desigualdades residenciais nas cidades brasileiras estão ficando mais nítidas; os bairros estão “selecionando” mais, e de modos distintos, seus moradores. Não apenas através da coação, mas também pela simples “liberdade” de mercado. Em resumo, confere-se às obras realizadas para os megaeventos uma espécie de aprimoramento de um padrão que vem orientando os planejamentos urbanos das cidades brasileiras ao longo de décadas.-
Descrição: dc.descriptionConselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).-
Descrição: dc.descriptionThe recent mega-events in Brazil, especially the FIFA World Cup in 2014, recorded violations of the rights of the populations directly affected by the works, mainly through forced removals and resettlement. The performance of public power in this process did not comply with international human rights frameworks. Thousands of people, distributed in the World Cup's 12 host cities, were or still remain threatened to leave their homes, even after the end of the mega-event. These are communities based in areas that were previously undervalued by real estate capital, but which because of their recent urban sprawl, have become objects of market greed. Official claims for removals range from urban mobility projects to environmental issues, including the preservation of populations removed from areas considered to be at risk. The rights to information, transparency and participation of the affected segments were not respected. Overall, information on the number of families affected, severance pay and resettlement sites remained inaccessible throughout the process. The silencing and other violations of rights of these populations illustrates how the production of subalternity in Brazilian society unfolds, through veiled, though notorious, classification and selectivity in the distribution of capital, in this case concerning basic rights of citizenship, resulting in a deterioration of the personal dignity of a wide range of individuals, "guilty" for their own destiny. The aim of this research is to analyze the occupation and production of the urban space by subaltern groups through the historical reconstruction and sociological analysis of the experiences of housing removals. Observed in the case of LRV Parangaba - Mucuripe, in Fortaleza, and understood through the perceptions of individuals who directly suffered the removals. The hypothesis raised is that the families directly affected by the removals are the most penalized segment of a broader movement, in which the residential inequalities in Brazilian cities are becoming sharper. Neighborhoods are "selecting" more, and in different ways, their residents, not only through coercion, but also through simple market freedom. In summary, the work done for the mega-events is a kind of improvement over a pattern that has been guiding the urban planning of Brazilian cities for decades.-
Descrição: dc.descriptionLes méga-événements qui ont eu lieu au Brésil les dernières années, notamment la Coupe du Monde de la FIFA 2014, furent marqués par des violations massives des droits des populations directement affectées par les travaux, surtout celles qui ont subi les expulsions forcées et la réinstallation du logement. L'action de l’État dans ce processus n'a pas respecté les normes internationales des droits de l'homme. Des milliers de personnes, réparties dans les 12 villes hôtes de la Coupe du Monde, ont été ou sont toujours menacées de devoir quitter leur domicile, même après la fin de l'événement. Ce sont des communautés basées sur des zones autrefois peu valorisées par le capital immobilier, mais qui, en raison de l'expansion urbaine récente, ont commencé à être harcelées par ce marché. Les excuses officielles pour les expulsions forcées vont des projets de mobilité urbaine jusqu'aux questions environnementales, y compris la protection des ces mêmes populations habitant des zones considérées comme à risque. Les droits à l'information, à la transparence et à la participation des groupes concernés n'ont pas été respectés. Dans l'ensemble, les informations sur le nombre de familles réinstallées, les indemnités de licenciement, les sites de réinstallation, sont toutes restées inaccessibles tout au long du processus. La négation du droit à s'exprimer et d'autres violations des droits des populations illustre bien la façon dont se déploie la production de servilité dans la société brésilienne, par le biais d' une voilée mais importante, sélectivité dans la répartition du capital, - dans ce cas-ci, en ce qui concerne les droits fondamentaux de la citoyenneté. Il en résulte la détérioration de la dignité personnelle d'un large éventail d'individus, "coupables" de leur propre destin. Le but de cette étude est d'analyser l'occupation et la production de l'espace urbain par des groupes subalternes, par le moyen de la reconstruction historique et de l'analyse sociologique des expériences d'expulsion forcée, notamment le cas du Tramway Parangaba - Mucuripe à Fortaleza, prenant en compte les perceptions des personnes qui ont subi les déménagements directement. L'hypothèse est que les familles directement touchées par les expulsions figurent comme le secteur le plus pénalisé movement dans un contexte plus large où les inégalités résidentielles dans les villes brésiliennes deviennent plus nettes; les quartiers sélectionnent» plus, et de différentes façons, ses habitants. Cela se fait non seulement par la coercition, mais aussi par la simple "liberté" du marché. En résumé, les grands travaux entrepris dans le cadre des méga- événements représentent une sorte de perfectionnement d'un modèle d'urbanisme qui guide depuis des décennies les villes brésiliennes.-
Formato: dc.formatapplication/pdf-
Direitos: dc.rightsAcesso Aberto-
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Palavras-chave: dc.subjectSegregação social-
Palavras-chave: dc.subjectSubalternidade-
Palavras-chave: dc.subjectFortaleza (Brasil)-
Palavras-chave: dc.subjectSegregação espacial-
Palavras-chave: dc.subjectRemoções habitacionais-
Título: dc.title“Esperando, esperando” : segregação e subalternidade nas remoções habitacionais na implantação do VLT em Fortaleza-
Tipo de arquivo: dc.typelivro digital-
Aparece nas coleções:Repositório Institucional – UNB

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