Fazendo a ciência não-feita : a produção de contra-expertises diante da mineração de urânio em Caetité (BA)

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Autor(es): dc.contributorDuarte, Tiago Ribeiro-
Autor(es): dc.creatorPaula, Bruno Lucas Saliba de-
Data de aceite: dc.date.accessioned2024-10-23T15:28:03Z-
Data de disponibilização: dc.date.available2024-10-23T15:28:03Z-
Data de envio: dc.date.issued2024-07-18-
Data de envio: dc.date.issued2024-07-18-
Data de envio: dc.date.issued2024-07-18-
Data de envio: dc.date.issued2023-08-31-
Fonte completa do material: dc.identifierhttp://repositorio2.unb.br/jspui/handle/10482/49027-
Fonte: dc.identifier.urihttp://educapes.capes.gov.br/handle/capes/883812-
Descrição: dc.descriptionTese (doutorado) — Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Sociologia, Programa de Pós-Graduação em Sociologia, 2023.-
Descrição: dc.descriptionEste trabalho busca compreender, a partir dos Estudos Sociais da Ciência e Tecnologia, as dimensões epistêmicas do conflito ambiental relativo à mineração e ao beneficiamento de urânio realizado pelas Indústrias Nucleares do Brasil em Caetité (BA). Desde que foram iniciadas, em 1999, essas atividades são objeto de debates, já que estariam associadas a um quadro de adoecimento por câncer por parte da população local e a possíveis contaminações ambientais. Pretendemos analisar a relação entre dois regimes de conhecimentos que perpassam essa questão: de um lado, a perspectiva científica especializada, presente principalmente nos posicionamentos do corpo técnico da INB e dos órgãos de fiscalização; de outro lado, os conhecimentos alternativos produzidos por atingidos e movimentos sociais da região em parceria com cientistas independentes. Nossos resultados indicam que a ciência da INB opera de duas formas: a primeira é associada a uma postura pretensamente neutra e tecnocrática, que trata como naturais as contaminações ambientais e tenta abafar suspeitas e controvérsias vindas da população local; a segunda, típica de uma “ciência não-feita”, é atrelada à produção ativa de uma condição de ignorância que distancia os caetiteenses de informações que os ajudariam a compreender melhor os riscos a que estão submetidos. Em contrapartida, os atingidos e movimentos sociais indicam uma relação direta entre a mineração e as contaminações. Nesse caso, percebemos iniciativas de “contra-expertise” por parte dos ativistas, as quais operariam de forma a produzir, junto a especialistas independentes, novas evidências e a fomentar debates sobre questões negligenciadas, preenchendo as lacunas deixadas por uma “ciência não-feita”. A partir de nossos dados, propomos uma síntese teórico-conceitual referente aos diversos tipos de expertise, que variam conforme os espaços em que são produzidas – se em instituições convencionais ou independentes – e o grau de neutralidade ou situacionalidade que reivindicam para si. Argumentamos, inspirados nas epistemologias feministas, que as ciências se tornam mais potentes e adquirem uma “objetividade forte” ao assumirem seu engajamento com pautas de grupos subalternizados. Ressaltamos, assim, a necessidade de que populações atingidas por conflitos ambientais tenham protagonismo não só em processos decisórios, mas também de produção de conhecimento sobre suas situações, de forma a fomentar a democratização da ciência e da tecnologia.-
Descrição: dc.descriptionThis work aims to analyze, based on the Science and Technology Studies approaches, the epistemic dimensions of the environmental conflict related to the mining and processing of uranium carried out by Industrias Nucleares do Brasil in Caetité (BA). Since they began in 1999, these activities have been intensely debated, as they would be associated with cancer illnesses among the local population and possible environmental contamination. In this regard, we intend to investigate the relationship between two knowledge regimes: on the one hand, the specialized scientific perspective used by INB; on the other hand, the alternative knowledge produced by local residents and social movements in alliance with independent scientists. Our results indicate that INB science operates in two ways: the first is associated with a supposedly neutral and technocratic practice, which treats environmental contamination as natural and tries to contain suspicions and controversies coming from the local population; the second, typical of “undone science”, is linked to the active production of ignorance that distances Caetité residents from information that would help them better understand the risks to which they are subjected. In contrast, people affected by uranium mining, as well as social movements, indicate a direct link between mining and contamination. In this case, we perceive “counter-expertise” initiatives by activists, which would operate in order to produce, together with independent experts, new evidence and foster debates on neglected issues, filling the gaps left by “undone science”. Based on our data, we propose a conceptual synthesis regarding the various types of expertise, which vary according to the spaces in which they are produced – whether in conventional or independent institutions – and the degree of neutrality or situationality they claim for themselves. We argue, inspired by feminist epistemologies, that science become more potent and acquire a “strong objectivity” by assuming their engagement with subalternized groups. Thus, we emphasize the importance of the participation of people affected by environmental conflicts not only in decision-making processes, but also in the production of knowledge about their situations, which contributes to the democratization of science and technology.-
Descrição: dc.descriptionInstituto de Ciências Sociais (ICS)-
Descrição: dc.descriptionDepartamento de Sociologia (ICS SOL)-
Descrição: dc.descriptionPrograma de Pós-Graduação em Sociologia-
Formato: dc.formatapplication/pdf-
Direitos: dc.rightsAcesso Aberto-
Direitos: dc.rightsA concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.unb.br, www.ibict.br, www.ndltd.org sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra supracitada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.-
Palavras-chave: dc.subjectConflitos ambientais-
Palavras-chave: dc.subjectMineração - urânio-
Título: dc.titleFazendo a ciência não-feita : a produção de contra-expertises diante da mineração de urânio em Caetité (BA)-
Tipo de arquivo: dc.typelivro digital-
Aparece nas coleções:Repositório Institucional – UNB

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