A cidade e suas dimensões de pesquisa: abordagens emergentes

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Autor(es): dc.contributorSampaio, Andréa da Rosa-
Autor(es): dc.contributorCarvalho, Camila-
Autor(es): dc.contributorNetto, Vinicius M.-
Data de aceite: dc.date.accessioned2024-07-11T18:14:06Z-
Data de disponibilização: dc.date.available2024-07-11T18:14:06Z-
Data de envio: dc.date.issued2023-06-21-
Data de envio: dc.date.issued2023-06-21-
Data de envio: dc.date.issued2019-
Fonte completa do material: dc.identifierhttp://app.uff.br/riuff/handle/1/29187-
Fonte: dc.identifier.urihttp://educapes.capes.gov.br/handle/capes/766376-
Descrição: dc.descriptionEste livro busca expressar algo que entendemos ser fundamental em pesquisa e ciência como esforços sistemáticos de conhecimento: reunir novas vozes e novas abordagens. Junto aos textos de pesquisadores mais experimentados, líderes em seus campos em estudos urbanos no Brasil, os trabalhos reunidos neste volume visam abrir possibilidades de leitura tanto a problemas bem conhecidos quanto a temas emergentes. Essa coletânea tem como foco a cidade, e tem a autoria de docentes e discentes, bem como mestres e doutores egressos do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal Fluminense (UFF). Além de oferecer um panorama da produção e do perfil das pesquisas realizadas no PPGAU-UFF, esta obra conjunta tem como intenção contribuir para o estado da arte acerca da cidade e suas muitas dimensões, atualizando debates e repercutindo a atuação de autores no âmbito de redes de pesquisa nacionais e internacionais. Os capítulos nascem como desdobramentos da interlocução de nossos pesquisadores promovida pelo Primeiro Seminário de Pesquisa do PPGAU-UFF, realizado no final de 2018 para estimular a produção dos docentes e sobretudo de discentes do Programa. Alinhados com o caráter interdisciplinar da área de concentração em Produção e Gestão do Espaço, os textos refletem a complexidade das questões urbanas, que demanda enfoques e abordagens variadas para ser capturada. A organização do livro assume esta multiplicidade de abordagens sobre a cidade como premissa, e sugere nexos entre elas. Os textos foram selecionados por meio de avaliação cega por pareceristas professores e pesquisadores vinculados ao PPGAU. A concepção da coletânea considera a cidade como um objeto de pesquisa a ser problematizado em diferentes aspectos, como camadas de um mosaico de , no conjunto de ênfases e recortes empreendidos em abordagens teóricas e empíricas. A coleção está estruturada em quatro seções correspondentes às dimensões Normativa, Ambiental, Social e Cultural da cidade. Naturalmente, essas dimensões não encerram o enquadramento dos capítulos , uma vez que eles sugerem possibilidades de conexões e interfaces que atravessam e integram as dimensões em princípio elencadas. O livro inicia pelo capítulo Pesquisa Urbana no Brasil: Um Panorama Inicial, de Vinicius M. Netto, Maria Fiszon, Maria Clara Moreira e Ivo Moraes. Propondo um mapeamento dos principais campos de investigação urbana no país, o trabalho foca em quatro dos principais veículos de publicação: os periódicos RBEUR e URBE e os eventos ENANPUR e ENANPARQ. Traz então uma análise detalhada da distribuição da produção de pesquisa nestes veículos, identificando tendências, instituições e o peso das regiões de origem dos autores. Em seguida, reflete sobre a influência do contexto em agendas de pesquisa, as características dessa produção científica e suas aparentes limitações. O panorama se encerra com a discussão de caminhos para uma teorização endogenamente brasileira, capaz de responder a nossos problemas empíricos e ampliar nossos escopos de investigação. A primeira seção da coletânea – Dimensão Normativa – é dedicada ao conjunto de textos que têm como temática central a gestão urbana, reunindo abordagens sobre políticas urbanas, nas quais permeiam perspectivas históricas e debates sobre o contexto contemporâneo globalizado, com ênfase para processos de regulação e desregulação, bem como para os conflitos que emergem de projetos e planos urbanísticos. O primeiro capítulo desta seção, O Intercâmbio de Ideias entre Brasil e França no Início do Século XX e o Desenvolvimento do Urbanismo no Estado do Rio de Janeiro, de autoria de Milena Sampaio da Costa, discute como o urbanismo europeu, especialmente através da influência francesa, contribuiu com o desenvolvimento de práticas urbanísticas, expressas por projetos e planos, no estado do Rio de Janeiro. O texto também discute o exercício profissional do urbanismo no Brasil, a partir dos trabalhos de Alfred Agache e Attilio C. Lima. O segundo capítulo, Crise do Código de Obras? Indagações Acerca do Projeto de Cidade, da Massa Edificada e da Legislação Edilícia na Cidade do Rio de Janeiro, de autoria de Vitor Roppa, questiona os limites do Código de Obras no que diz respeito ao projeto da cidade. A partir do estudo de caso de um edifício proposto no bairro do Flamengo – Rio de Janeiro, o autor discute que a construção de um edifício com base nos limites do seu próprio lote, como preconizado pelo Código de Obras, pode não ser o modo mais adequado de (re)construção da paisagem de uma cidade, que em 2016 recebeu da Unesco o título de Patrimônio Mundial por sua paisagem cultural. O terceiro capítulo desta seção, intitulado A Cidade de Juiz de Fora e as Novas Relações com sua Região de Influência, de Sabrina Ferretti do Amaral, analisa a cidade de Juiz de Fora, a partir de sua microrregião de influência, com destaque para as cidades de Matias Barbosa, Santos Dumont, Piau e Três Rios. A autora apresenta uma nova configuração regional entre estas cidades, a partir do processo de urbanização e dos agentes envolvidos nesse processo. O texto seguinte, O Papel dos Municípios na Gestão dos Programas Habitacionais: Recortes Comparativos, de Priscila Soares da Silva e Maria Laís Pereira da Silva, discute os impactos do Programa Minha Casa Minha Vida na redução do déficit habitacional no Brasil. As autoras apontam que houve redução do déficit habitacional em 81% das capitais brasileiras. No entanto, as maiores capitais do país (Rio de Janeiro e São Paulo), que concentraram mais investimentos do programa, tiveram menor redução do déficit quando comparadas às outras capitais. O capítulo Conflitos, Resistências e (Des)legados no Rio Olímpico: Uma Reflexão a partir da Cartografia Crítica, de autoria de Fernanda Sánchez, Poliana Monteiro, Ana Carolina Machado e Francisca Alexandre, trata dos “(des)legados” das Olimpíadas de 2016. Por meio do confronto de documentos oficiais e matérias de jornais, as autoras apresentam uma Cartografia Crítica do (Des)Legado Olímpico, mostrando que o Rio de Janeiro pós-Olimpíada é uma cidade mais desigual. O capítulo que encerra esta seção, “Urbanização de Rio das Pedras: Por que uma Operação Urbana Consorciada?”, de autoria de Glauco Bienenstein, Daniel Mendes Mesquita de Sousa e Regina Bienenstein, argumenta que o instrumento da Operação Urbana Consorciada foi concebido como o único meio de promover a urbanização do assentamento popular Rio das Pedras pela administração municipal. Os autores discutem que esta abordagem pode não gerar as melhorias nas condições de vida dos habitantes, uma vez que, através deste instrumento, são muito comuns processos de expulsão da população residente, por meio da valorização imobiliária. Na sequência da perspectiva inicial sobre a normatividade da gestão urbana, a segunda seção traça um necessário debate sobre a Dimensão Ambiental da cidade, por meio de textos que trazem abordagens sobre a infraestrutura urbana a partir de uma perspectiva ambiental, em estudos sobre os impactos da urbanização sobre o meio ambiente e a sustentabilidade das cidades a partir dos seus espaços livres públicos, tanto a partir da gestão das unidades de conservação como das práticas socioespaciais coletivas em hortas urbanas. O primeiro capítulo da seção, Rios Urbanos: Um Estudo Sobre Percepção Ambiental na Bacia Hidrográfica do Rio Piraquê-Cabuçu, de autoria de Natália Fernandes Ribeiro e Eloisa Carvalho de Araujo, mostra a mudança na percepção de um rio urbano ao longo dos anos. A partir de um estudo de caso do Rio Piraquê-Cabuçu, por meio de entrevista com os moradores, as autoras identificaram mudanças de caráter topofílico: Antes visto como um espaço de lazer, onde era possível desfrutar de atividades de pesca e banho – hoje, o rio se destaca como poluído e em péssimo estado, além de grande parte dos moradores não o considerar um espaço de lazer. Este estudo enfatiza o caráter controverso das obras de canalização que, ao alterar a aparência natural do rio, podem dificultar o desenvolvimento de relações de afeto e pertencimento dos moradores em relação ao rio. O capítulo intitulado Uma Dialética e Controversa Relação: a cidade do Rio de Janeiro e suas unidades de conservação municipais – refletindo sobre o (Atlas para o) fim do mundo, de Sônia L. Peixoto e Jolnnye R. Abrahão, discute as implicações da citação do Rio de Janeiro pelo chamado “Atlas do Fim do Mundo” como uma das biorregiões mais criticamente ameaçadas do planeta. O trabalho que encerra esta seção, Agricultura urbana – um olhar sobre as ‘representações do espaço’ e os ‘espaços de representação’, de Claudia Souza de Mello e Eloisa Carvalho de Araujo, discute a agricultura urbana como forma de auxiliar a função social da cidade. A partir da apresentação de experiências de agricultura nas cidades, as autoras discutem o potencial desta prática na formação de afetividades e significados no espaço urbano. A terceira seção agrupa os textos que enfatizam a Dimensão Social como viés de abordagem, sobretudo em estudos que tratam da apropriação social dos espaços públicos e representações simbólicas destes espaços, suas imagens e narrativas. O primeiro capítulo desta seção, Reflexões Sobre o Conceito de Lugar, de Ricarda Lucilia Domingues Tavares, debate os diferentes significados de lugar, a partir de abordagens filosófica e geográfica. Este texto fornece bases conceituais para entendimento do lugar enquanto categoria de análise e fornece base teórica para a compreensão dos estudos empíricos que compõem esta seção. O trabalho seguinte, Cartografias do Caminhar: Modos de Representar a Relação Entre Caminhante e Espaço Urbano, de autoria de Fernanda Pacheco Dias, trata da cartografia como instrumento de resistência e controle, através da comparação entre os mapas tradicionais e os mapas colaborativos ou participativos. A partir das cartografias do caminhar, a autora discorre sobre a importância do indivíduo (enquanto usuário da cidade) na produção de cartografias que dão voz aos sujeitos inviabilizados. O terceiro capítulo desta seção, Paisagens Urbanas Comuns sob Constante Pressão de Interesses Corporativos, dos autores Eloisa Carvalho de Araújo, Jefferson Tomaz de Araújo e Karina Martins de Souza apresenta o estudo de caso da praça que virou shopping em São Gonçalo – RJ. Este texto reflete sobre a política neoliberal de produção do espaço urbano, na qual os espaços de consumo se sobrepõem aos espaços de fruição, uma vez que para usufruir se torna necessário consumir. O quarto texto da seção, Favelas do Rio de Janeiro: (Re)construções Simbólicas e Imagéticas de Espaços de Segregação, de autoria de Grasiele Márcia Magri Grossi, analisa as representações imagéticas e simbólicas das favelas que historicamente são associadas à violência. A autora pontua que, em decorrência da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos em 2016, houve uma necessidade de controle dessa imagem, por meio de projetos de urbanização (Morar Carioca) e de policiamento (Unidades de Polícia Pacificadora). O trabalho conclui que apesar de algumas favelas terem se transformado em espaços de turismo e consumo, o saldo final foi a permanência de estigmas, segregação social e violência. O capítulo que encerra esta seção é intitulado O Universo das Viagens: Entre o Consumo e a Fruição das Cidades, de Ana Carolina Mendonça Oliveira. O artigo trata o turismo a partir de duas abordagens: o consumo e a fruição. A autora debate sobre os limites da atividade turística que envolvem a comercialização da imagem da cidade, a partir de discussões como “turismofobia”. Apresenta ainda os novos mapeamentos culturais como uma alternativa para aproximar os turistas do cotidiano da cidade e das suas dimensões afetivas. Encerrando a coletânea, a quarta seção enfoca a Dimensão Cultural da cidade, reunindo textos que discutem o patrimônio cultural a partir de casos empíricos, problematizados no contexto de seus respectivos planos e projetos, dos processos de salvaguarda e intervenção nos bens culturais, bem como os reflexos da apropriação social dos lugares reconhecidos como patrimônio cultural. O primeiro capítulo desta seção, Gestão de Riscos para Bens Culturais: Uma Proposta Metodológica para Sítios Históricos Brasileiros, de autoria de Carla Maria Teixeira Coelho, trata da gestão de riscos para valoração de bens culturais. A autora propõe uma metodologia de valoração e uma matriz de perda potencial de valor para uso no diagnóstico de sítios históricos. No segundo capítulo desta seção, Reabilitação Urbana da Área Central Carioca em Questão: Perspectivas A Partir de Processos de Reabilitação Arquitetônica, Andréa da Rosa Sampaio, Henrique Brunno Rocha Silva e Dulce Abigail Keuchkarian analisam projetos de reabilitação edilícia no âmbito de programas do poder público voltados para habitação de interesse social, problematizando os entraves, bem como o potencial da reabilitação arquitetônica em atender à uma parcela da demanda habitacional, contribuindo para a reabilitação urbana da área. Na sequência, no terceiro capítulo, Patrimônio Cultural no Contexto do Grande Projeto Urbano Porto Maravilha no Rio de Janeiro: Discursos e Práticas, Maria Lúcia Borges de Faria, discute a preservação do patrimônio cultural urbano do Rio de Janeiro no contexto do projeto Porto Maravilha. A autora pontua que o projeto não incentivou a habitação de interesse social, entretanto, estimulou a ocupação nos antigos imóveis dos bairros históricos para atividades de usos mais rentáveis. Encerrando a seção e a coletânea, o capítulo Manifestações Sociais na Área Central Carioca: Patrimônio Cultural e Apropriação Simbólica do Espaço Público de Diego Marques dos Santos Ramos e Andréa da Rosa Sampaio discute a complexa relação entre o patrimônio cultural edificado da área central carioca e as manifestações sociais, tomando como caso as “Marchas de Junho de 2013”, ou “Revolta do Vinagre”. Ao percorrer o conjunto de dezoito capítulos organizados nas quatro seções acima descritas, o leitor perceberá interfaces de dimensões e abordagens que, juntas produzem um mosaico de temas e saberes da cidade. A tônica das desigualdades socioespaciais aparece como um fio atravessando o conjunto de artigos, ligando às discussões sobre problemas de gestão nas quatro dimensões de pesquisa – normativa, ambiental, social e cultural – exploradas nestas abordagens emergentes.-
Descrição: dc.descriptionCoordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior-
Formato: dc.formatapplication/pdf-
Idioma: dc.languagept_BR-
Publicador: dc.publisherRio Books-
Publicador: dc.publisherNiterói, RJ-
Direitos: dc.rightsOpen Access-
Direitos: dc.rightsCC-BY-SA-
Palavras-chave: dc.subjectPolítica Urbana-
Palavras-chave: dc.subjectArquitetura e sociedade-
Palavras-chave: dc.subjectPlanejamento urbano-
Palavras-chave: dc.subjectUrbanização-
Palavras-chave: dc.subjectPolítica ambiental-
Palavras-chave: dc.subjectDesenvolvimento habitacional-
Palavras-chave: dc.subjectRio de Janeiro (RJ)-
Título: dc.titleA cidade e suas dimensões de pesquisa: abordagens emergentes-
Tipo de arquivo: dc.typeEbook-
Aparece nas coleções:Repositório Institucional da Universidade Federal Fluminense - RiUFF

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