SEJAMOS TODAS/OS PROFESSORAS/ES ANTIRRACISTAS: ENSINO DE HISTÓRIA E INTERLOCUÇÕES DOS PENSAMENTOS FEMINISTAS NEGROS PARA OS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL.

Abstract

Nesta dissertação, apresentam-se possibilidades de diálogo com os pensamentos feministas negros, na perspectiva da educação antirracista, como instrumento teórico-metodológico para o ensino de História nos anos iniciais do ensino fundamental. Partindo do arcabouço teórico de intelectuais negras e das vivências proporcionadas pelo projeto “Personalidades Negras que Marcaram a História”, em uma escola pública da cidade de Teresina, no estado do Piauí, refletiu-se sobre a importância de incluir a contribuição de pensadoras negras para o campo acadêmico, o ensino de história e a representatividade negra. A partir do relato de experiência, foi possível pensar alternativas para um ensino de história antirracista através do lúdico, ao interseccionar raça e gênero, por entender que a sociedade contemporânea apresenta, cotidianamente, práticas racistas normalizadas, que desencadeiam condutas sociais e institucionais que reproduzem a lógica racista na forma de discriminações, violências, sexismos, silenciamentos e histórias únicas. Partimos do arcabouço teórico de intelectuais como Chimamanda Adichie (2019), Eliane Cavalleiro (2021), Nilma Gomes (2005), Lélia Gonzalez (2020), Guacira Louro (2013), Tadeu Silva (1999), Kabengele Munanga (2024), Jacilene Silva (2019) e Miguel Zabalza (2004). A disposição do trabalho inicia-se discutindo a presença das/dos sujeitas/sujeitos negras/negros na História, a fim de pensar de que forma os currículos para o ensino de história incluem suas partições. Segue estabelecendo diálogos com a importância de conhecer perspectivas que contemplem as relações étnico-raciais e de gênero, a partir da aplicação de um projeto voltado para a temática, que trouxe o uso de livros biográficos infantojuvenis e a confecção e uso de bonecas Abayomi, como recursos didáticos auxiliares que possibilitaram construir relações entre o ensino de história, o lúdico e a representação positiva negra. Como conclusão desse percurso, é apresentado um Caderno de Atividades direcionado às/aos professoras/professores da educação básica pública e privada, com sugestões de atividades lúdicas em uma perspectiva antirracista. Desta maneira, a dimensão propositiva apresenta referências analíticas afro-diaspóricas de contribuições dos pensamentos feministas negros para traçar sugestões de livros, filmes, palestras, brincadeiras e perguntas discursivas, que proporcionem refletir sobre as/os sujeitas/sujeitos históricas/históricos que estamos movimentando em nossas aulas, ao pensar os processos de identificação e a valorização das possibilidades de existir.