OS EFEITOS DO NOVO ENSINO MÉDIO SOBRE O ENSINO DE FILOSOFIA EM DUAS ESCOLAS DA REDE PÚBLICA CEARENSE

Abstract

Com o novo ensino médio, muita informação foi divulgada sobre como tal sistema afetaria o ensino de filosofia nas escolas públicas. O excesso de informação, misturado à desinformação, gerou angústia em professores desta disciplina. É necessário um estudo empírico sobre os efeitos das mudanças curriculares no ensino médio sobre o ensino da disciplina. É a tal propósito que este trabalho se propõe. Nosso tema é o impacto do novo ensino médio sobre o ensino de filosofia. Primeiramente, é preciso fazer uma descrição do que é a disciplina de filosofia, o que a compõe, como ela surgiu e qual seu papel. Em seguida, verificar quais alterações foram feitas com o novo ensino médio, primeiramente em termos curriculares, mas também materiais, como os livros didáticos. Por último, através da experiência direta do convívio escolar, registrada em diário, mas complementada por questionário aplicado a alunos, avaliar se o novo ensino médio resolve os problemas históricos do ensino de filosofia, como a pouca carga horária, se cria outros ou se mantém o ensino como está. Observa-se que a ideia de disciplinas trabalhando em conjunto é quase impraticável, a carga horária disponível ao professor de filosofia aumentou, o conteúdo filosófico nos livros foi grandemente reduzido, a disciplina não desapareceu e há espaços em outras disciplinas para lecionar conteúdo filosófico. Conclui-se, então, que, embora o novo ensino médio tenha trazido mudanças positivas, trouxe mais mudanças negativas em termos operativos, tornando desejável a reversão ao modelo antigo ou, pelo menos, a produção de um material que reduza o impacto negativo e ensine o professor a potencializar o positivo.