Guia Prático Instrucional O Retorno de Arbitros de Futebol para Atividade Profissional após Adoecimento pela COVID-19

Abstract

Este Guia Prático Instrucional tem por objetivo sugerir orientações aos profissionais de arbitragem de futebol, médicos do esporte e preparadores físicos da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e das Federações Estaduais de Futebol, assim como outros entes envolvidos nessa prática esportiva, sobre os cuidados que devem ser adotados para o retorno aos gramados dos árbitros de futebol que tenham sido diagnóstico e tratamento para a COVID-19. Em especial para os profissionais que tenham apresentado complicações após o curso da doença (Síndrome Pós-COVID-19). Para tanto é necessário entendermos um pouco mais sobre o panorama da COVID-19 no esporte. A pandemia causada pelo Coronavírus 2 da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARSCoV-2) trouxe graves consequências a todas as atividades sócio-econômicas e esportivas humanas no mundo, principalmente porque exigiu a implantação de longos períodos de quarentena para se tentar minimizar a transmissão do patogenos [1,2,3]. Em especial para os atletas de alta performance, como jogadores ou arbitro de futebol, a simples parada de suas atividades esportivas já teria consequências graves ao seu desempenho esportivo, junte-se a isso: o isolamento social adotado, o fechamento de academias e centros de treinamentos [4,5,6], e o desenvolvimento da COVID-19 [2,7,8]. Neste sentido a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), órgão máximo responsável por promover e fomentar a prática esportiva de futebol, de ambos os sexos, no Brasil estabeleceu que durante todo o período da pandemia árbitros e atletas deveriam, obrigatoriamente, realizar testes de Reação em Cadeia da Polimerase em Tempo Real (RT-PCR) para o vírus SARS-CoV-2, até 72h antes de cada partida dos campeonatos nacionais ou estaduais [9]. Vários estudos pelo mundo e no Brasil mostraram, porém, que muitos jogadores de futebol, e provavelmente também árbitros de futebol, contrairam a doença antes ou mesmo após o retorno das competições de futebol. E ainda que muitos desses jogadores estavam levando um tempo maior para o retorno da sua excelência física, mínimo de 30 dias, e apresentando mais lesões musculares que o habitual [4,5,6,10,11,12,13,14,15,16,17,18,19,20]. Contudo, como os atletas dos clubes de futebol dispõem de departamentos médicos com fisiologistas e preparadores físicos que cuidam diretamente da avaliação e ajustes de desempenho dos mesmo essa situação logo foi resolvida [14]. As perguntas que ficaram e nortearam esse estudo então foram: - Quantos árbitros de futebol desenvolveram a COVID-19 entre os anos de 2020 e 2022?; - Quais os principais sintomas da doença inicial (aguda)?; - Quanto desses profissionais tiveram a persistência de sintomas após a COVID-19 (Síndorme pós-COVID-19)?; - Quantos haviam sido imunizados (vacinados)?.