Relação da Temperatura Ambiente com a Baixa de Hemoglobina em Mulheres como causa de Recusa Clínica Temporária à doação de Sangue

Abstract

A captação de candidatos à doação de sangue é uma tarefa árdua em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde cada país precisa ter uma taxa mínima de 1% de doadores aptos em sua população para suprir as suas demandas por sangue. Nesse sentido a população feminina é mais sensível ao chamado à doação de sangue, contudo, estudos apontam que a maior população apta de doadores de sangue é do sexo masculino. Isso porque as mulheres tendem a ter baixo peso (< 50 kg) e baixas concentrações de hemoglobina (< 12,5g/dL) e hematócrito (< 38%). Com a redução desses dois últimos associada a condições constitucionais, gravidez, aborto, amamentação, períodos menstruais irregulares ou prolongados, e deficiências nutricionais de ferro, vitamina B12 e ácido fólico. Relatos da literatura apontam também que a temperatura ambiente tem influência direta na recusa de doadores de sangue por baixa concentração de hemoglobina. Uma possível explicação estaria relacionada à hemodiluição do sangue, em decorrência da vasodilatação sistêmica, ocasionada pelo aumento da temperatura ambiente em dias e meses do anos em que as temperaturas são muito elevadas. Assim, acreditamos que estudos regionalizados nos hemocentros de todo o Brasil poderiam melhorar os índices de aptidão de mulheres à doação de sangue, com medidas simples como o incentivo a doação desse público principalmente em meses do anos em que as temperaturas ambientes são menos elevadas.