Do terreiro à escola: práticas de Ensino de História a partir das vivências do Cavalo Marinho em Aliança-PE

Abstract

Este trabalho tem como objetivo propor uma reeducação decolonial a partir da relação entre o Ensino de História e a manifestação cultural do Cavalo Marinho, na comunidade da Chã do Esconso, na cidade da Aliança-PE. O Estudo foi realizado por meio de fontes pessoais, jornais, atas de reuniões, estatutos de algumas manifestações culturais da localidade, revistas, plataformas digitais, sítios da internet, folders de projetos que os brincantes participaram em eventos oficiais ou não, fotografias, recortes de jornais e acervos audiovisuais de detentores do bem cultural analisado. Por meio da metodologia da História Oral, entrevistamos lideranças e Mestres de Cavalos Marinhos, professoras e estudantes da Escola Belarmino Pessoa de Mello, campo de pesquisa selecionado por realizar o trabalho com a manifestação cultural em estudo. O material reunido foi analisado a partir da perspectiva da decolonialidade e no entrecruzamento entre a Antropologia, a Educação e o Ensino de História, apresentando novas concepções de análise da temática em foco. Desse modo, este estudo trouxe à tona uma brincadeira de terreiro empretecida e suas diversas formas de resistência na Zona da Mata Norte do Estado, oportunizando a aplicabilidade da Lei 10.639/03 e um ensino de História com uma proposta de reeducação étnico-racial em Aliança-PE. Como produto desta experiência, apresentamos o projeto de um Núcleo de Cultura (N.C.), na referida escola campo de pesquisa, tendo em vista ser um espaço onde os professores, as professoras, os estudantes e os diversos membros da comunidade escolar e do seu entorno tenham a oportunidade de acessar outras leituras e aprendizagens não conservadoras, não hierarquizadas e não-eurocêntricas para uma reeducação étnico-racial e um Ensino de História escurecido a partir das experiências com a forma de expressão do Cavalo Marinho