O PERCURSO DE COMPREENSÃO DA LIBERTAÇÃO NO CÁRCERE, A PARTIR DO MITO DA CAVERNA - CADEIA NUNCA MAIS

Abstract

Este trabalho teve como problema a Educação Filosófica no cárcere. O objetivo central foi provocar os encarcerados a refletirem sobre as causas fundantes de seus encarceramentos e sobre a necessidade de buscar o conhecimento para iluminar as suas ações e evitar a reincidência no crime e novo encarceramento depois de cumprida sua pena. O percurso desta investigação e prática filosófica desdobrou-se em três tempos diacrônicos. No primeiro, com a companhia de Michel Foucault, o embasamento e a definição dos equívocos no encarceramento e também a evidenciação do distanciamento que ocorre durante o cumprimento das penas e o objetivo das mesmas. Num segundo tempo diacrônico, em companhia de Platão, por meio da dialética e da alegoria O Mito da Caverna, o discernimento e a identificação junto aos encarcerados das sombras de verdade presentes nos regulamentos do mundo do crime; desde ali, a perspectiva de que possam evitar atitudes baseadas em opiniões, pré-juízos e pré-conceitos, como as atitudes machistas junto às mulheres, objeto prático desta intervenção, que os levaram ao cárcere e que podem fazê-los retornar ao mesmo. No terceiro tempo, a construção de uma prática filosófica, baseada na maiêutica platônica e complementada por traumatismos e apalpadelas, que provoca nos encarcerados a afecção de suas existências e abre a possibilidade de remissão e de transcendência de seus crimes desde o movimento humano de suas interioridades. Este é o resultado significante a ser alcançado por esta investigação e prática de Educação Filosófica como percurso de compreensão da libertação no cárcere, a partir do Mito da Caverna - Cadeia Nunca Mais.