PROEJA NOTURNO NO CEEP RÉGIS PACHECO EM JEQUIÉ/BA: A EVASÃO NA PERSPECTIVA DISCENTE

Abstract

A Constituição Federal de 1988 estabelece como dever do Estado e direito de todo cidadão o acesso ao ensino gratuito e de qualidade, garantindo não apenas o ingresso, mas a permanência e o êxito durante o percurso formativo. Entretanto, o abandono escolar é uma realidade presente em todas as etapas da educação brasileira, o que transforma a evasão em um desafio a ser entendido e enfrentado. Na presente dissertação, trata-se de um estudo de caso que busca dar voz aos alunos e colher os seus pontos de vista sobre o fenômeno da evasão, a partir da seguinte problemática central: Na perspectiva do aluno do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica, na Modalidade de Jovens e Adultos (Proeja) noturno do Centro Estadual de Educação Profissional (CEEP) Régis Pacheco, em Jequié/Ba, quais fatores colaboram para a evasão escolar? E do objetivo geral: Compreender os aspectos pessoais e contextuais de evasão de estudantes do Proeja noturno do CEEP Régis Pacheco em Jequié/Ba. Com o resultado da pesquisa, pretende-se fomentar o debate sobre a evasão entre a comunidade escolar, estabelecendo estratégias e reavaliando as ações até então empregadas pela escola. Trata-se de pesquisa com características qualitativas, realizada a partir de entrevistas semiestruturadas feitas com ex-alunos do Proeja do CEEP Régis Pacheco. Chegamos à conclusão central de que a evasão é um problema plural, heterogêneo e multifacetado. Além da dificuldade em conciliar trabalho e escola, também verificamos, como vetores do abandono escolar: a falta de apoio da família; a inexistência de estrutura socioeconômica; o elevado número de aulas vagas; a falta de conhecimentos prévios devido à precariedade da Educação Primária; salas desconfortáveis; e baixo número de aulas práticas. Esses vetores nos levaram a entender que as causas da evasão estão alicerçadas nas deficiências estruturais da sociedade, e são diariamente fomentadas por questões culturais do indivíduo e da própria escola, o que torna o problema ainda mais profundo e complexo.