NAS TERRAS DE VETORLÂNDIA: UMA HISTÓRIA COM MUITAS TRANSFORMAÇÕES

Abstract

Este paradidático é destinado a professores que ensinam matemática, tanto àqueles que se encontram em processo de formação inicial, quanto àqueles que estão em efetivo exercício como formadores e que, de alguma maneira, se envolvem com a álgebra linear e a geometria analítica.

Tal criação advém de uma pesquisa de mestrado que deu origem à dissertação “Uma leitura da produção de significado para possíveis noções de vetor em uma turma de Licenciatura em Matemática” (SOUSA, 2021), que desenvolvemos a partir de observações nas aulas de álgebra linear, ministradas em um curso de formação de professores.

Esta obra é fruto de nossas experiências como professores de álgebra linear e da educação básica e, para tal, nos inspiramos em dois clássicos da literatura – Planolândia: um romance de muitas dimensões, de Edwin Abbott Abbott (ABBOTT, 2021 [1884]), que é uma leitura metafórica do Mito da Caverna, de Platão, e O maravilhoso mágico de Oz, de Lyman Frank Baum (BAUM, 2013 [1900]) – e também em um mangá de Álgebra Linear (TAKAHASHI; INOUE; TREND-PRO, 2012).

A partir de nosso referencial teórico, entendemos que existam matemáticas (com “s” mesmo, no plural), por não defendermos o caráter universalista-positivista de uma matemática hegemônica, ocidentalizada, branca e eurocêntrica, mas assim, as concebemos como discursos (LINS, 1993) e, portanto, se constituem como atividades produtivas e práticas sociais dos homens (LINS, 1993; RIBNIKOV, 1991 [1987]; KNIJNIK et al, 2012). E, por assim ser, trazemos na forma literária uma sátira política ficcional envolvendo significados produzidos a respeito de objetos constituídos como construirmos uma narrativa ficcional que mistura ideias matemáticas, objetos de espaços vetoriais em um cenário que o leitor pode considerar como um conjunto de estipulações locais, em meio a uma atividade, operando a partir de modos de produção de significados bem peculiares ao leitor. Mas, segundo nosso referencial (LINS, 2012; 1999), quem produz significado é o leitor de uma enunciação, e não o autor, então, deixaremos a cargo do leitor que exercite a imaginação.