Desafios amazônicos e a (trans)formação de professores: histórias de vida da primeira turma de pedagogos de Itamarati-AM

Abstract

Esse livro é parte da pesquisa de doutorado, intitulada “Educação do Campo, Trabalho e Desenvolvimento: o curso superior de Licenciatura em Pedagogia-PARFOR (UEA) e suas implicações no trabalho docente no interior do Amazonas”, realizada por mim, a pesquisadora Fernanda Pinto de Aragão Quintino, sob a orientação da professora doutora Arminda Rachel Botelho Mourão, no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Amazonas (PPGE/UFAM). No ano de 2017, ao ser convidada a ministrar uma disciplina no Curso de Pedagogia da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) pelo Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR), fui para o município de Itamarati e tive contato com a uma turma que estava no segundo período do curso. Eram discentes que já lecionavam nas zonas rurais do município há algum tempo e não tinham formação em nível superior. Me deparei com realidades docentes e não docentes que eu jamais poderia imaginar que existiam. Na verdade, eu pouco conhecia o interior do Amazonas. Voltei outras vezes ao município na condição de professora do curso e ao mesmo tempo que lecionava, também aprendia muito. Esses aprendizados me fizeram pensar no impacto que um curso superior cursado na própria cidade - que para muitas pessoas pode soar como comum, mas que nas realidades amazônicas não é -, pode trazer aos professores, tanto na prática profissional, como na vida social, nas relações familiares e na autoimagem dos cursistas. O trabalho de conclusão de curso foi um Memorial Descritivo-Analítico que versasse sobre: as primeiras lembranças educacionais, as experiências profissionais antes e durante o curso, a motivação para iniciar o trabalho docente, as experiências no curso de Pedagogia, com as disciplinas, colegas, familiares, estágios, conciliação do trabalho com o estudo e seus planos para o futuro. Com a pandemia de covid-19, foi solicitado que eles também escrevessem sobre suas experiências enquanto docentes e discentes nos anos de 2019 e 2020. A escrita do memorial foi dividida em duas disciplinas, Pesquisa e Prática Pedagógica I, que ocorreu no início de 2019, onde eles escreveram a maior parta do memorial, tendo como professores orientadores eu e o professor Rosimario de Aragão Quintino. A disciplina Pesquisa e Prática Pedagógica II, que ocorreu no segundo semestre de 2021 para a sistematização da primeira parte do memorial, a organização dos relatórios dos três estágios docentes e a conclusão do memorial.