MOVIMENTO ESCOLA SEM PARTIDO E SEUS POSSÍVEIS IMPACTOS NO ENSINO DE FILOSOFIA

Abstract

A dissertação que se segue aduzirá no centro da reflexão os conceitos de cultura e semicultura e semiformação, assim como o colapso da formação cultural no mundo moderno. O conceito de ideologia e suas estreitas relações com a educação escolar, sobretudo, quando permeia diretamente o sistema educacional, pois pretensamente se vale da escola e, quando no poder, usa o Estado para determinar a manutenção de seus ideais, o poder violento do capitalismo alimenta ideologias como aquelas presentes no Movimento Escola Sem Partido-MESP e se naturalizam na história, considerando tudo aquilo que lhe é diferente como algo reprovável. A educação instrumentalizada pela razão, ela mesma, instrumento do capitalismo, profundamente marcada por ideias positivistas aponta a escola como o local no qual se deve desenvolver o homem intelectual: o homem da ciência. A educação precisa considerar o homem enquanto ser político. Deve permitir que ele renasça no mundo, se afirme enquanto ação. Educação para emancipação é impedir a repetição de Auschwitz: barrar a frieza humana, a indiferença presente em cada um. Assim, à luz de pensadores como Adorno e Kant compreender-se-á a educação como promotora da autonomia e emancipação e, por conseguinte, resistência. E sua importância na construção histórica de cada homem. O sentido de uma educação emancipatória frente ao afogamento "cultural" que o mundo se encontra pós-revolução francesa, assim como as dificuldades encontradas ao longo da história, para tal emancipação. Mergulhado na subcultura e incapaz de reconhecer sua condição alienada e menor, o homem precisa de uma educação por valores. Uma educação que não só denuncie a barbárie, mas a combata. Em seguida se refletirá sobre os sentidos da educação no pensamento de Adorno: Adaptação e resistência. Ainda nesse sentido, a dissertação vindoura tomará a história recente do ensino de filosofia no Brasil, suas idas e vindas ao currículo escolar da Educação Básica, avanços e retrocessos que os alunos e professores da escola pública sofreram ao longo da história contemporânea brasileira, pois a permanência da filosofia nos currículos da Educação Básica brasileira, exclusivamente após o processo de massificação do ensino, é também um ato de resistência. Na sequencia dessa discussão se refletirá sobre o Movimento Escola Sem Partido, se conhecerá sua páginas oficiais, as bases que fundamentam suas ideologias e seus Projetos de Leis que tomaram conta do cenário educacional e político do Brasil ao longo do Século XXI, assim como suas ameaças a liberdade de cátedra garantida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional- LDB-9394/96, e outras propostas reversas a liberdade e a democracia. E os elementos totalitários e riscos presentes em uma escola reduzida à instrução. A Educação e instrução, no sentido de pensar a educação para além do ato adaptativo de instruir. Como também a suposta ―neutralidade‖ do Movimento Escola Sem Partido. Por último, parte prática da pesquisa, de modo que aduzirá o resultado da pesquisa realizada com os professores de filosofia da cidade de Itarema-CE. Para tanto, vale apresentar que, as perguntas presentas na pesquisa são galgadas nos conceitos kantianos e adornianos de autonomia, emancipação e resistência. E parte da seguinte problemática central: Se diante da possível indiferença presente na formação dos professores de filosofia o MESP é possível? A Pesquisa foi realizada através do Google Formulários. Com um total de nove questões- 06 objetivas e 03 subjetivas-. As questões versam os conceitos já postos. E suas respostas comprovam a impossibilidade do MESP, todavia, há alguns vazios. Pois nos deixam atentos. Em estado de resistência.