Um pé na cozinha : uma análise sócio-histórica do trabalho de cozinheiras negras no Brasil

Registro completo de metadados
MetadadosDescriçãoIdioma
Autor(es): dc.contributorBernardino-Costa, Joaze-
Autor(es): dc.creatorMachado, Taís de Sant’Anna-
Data de aceite: dc.date.accessioned2022-02-10T21:11:08Z-
Data de disponibilização: dc.date.available2022-02-10T21:11:08Z-
Data de envio: dc.date.issued2021-11-02-
Data de envio: dc.date.issued2021-11-02-
Data de envio: dc.date.issued2021-11-02-
Data de envio: dc.date.issued2021-07-30-
Fonte completa do material: dc.identifierhttps://repositorio.unb.br/handle/10482/42205-
Fonte: dc.identifier.urihttp://educapes.capes.gov.br/handle/capes/647253-
Descrição: dc.descriptionTese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Sociologia, Programa de Pós-Graduação em Sociologia, 2021.-
Descrição: dc.descriptionEsta pesquisa é uma análise social e crítica sobre a história de longa duração do trabalho culinário de mulheres negras no Brasil. A cozinha e o trabalho executado nesse espaço são pensados como ferramentas de entendimento das hierarquias da sociedade brasileira, a partir de histórias de vida de cozinheiras negras. Neste sentido, esta tese é composta por uma investigação, desde o século XVIII até a atualidade, dos processos históricos, econômicos e políticos que resultaram na naturalização da presença de mulheres negras neste espaço, refletida na expressão popular “um pé na cozinha” e no estereótipo da mãe preta cozinheira. Assim, exponho os detalhes das relações de poder e de violência que se estabelecem na cozinha entre senhores e patrões brancos e trabalhadoras negras, além do caráter essencial de um ofício que permite a acumulação de capital e a manutenção de um estilo de vida de classes médias e altas na medida em que mantém cozinheiras negras trabalhando em condições exaustivas, precárias e miseravelmente remuneradas. Pensando na longevidade dessa estrutura, também analiso como os mecanismos de exclusão de mulheres negras no mercado de trabalho e a existência de uma etiqueta racial profissional, na qual devem se encaixar, permanecem se atualizando até a contemporaneidade, tendo a gastronomia e os relatos de chefs de cozinha negras como foco. Contudo, considerando seu confinamento à cozinha, é parte fundamental deste trabalho refletir sobre esse lugar enquanto um espaço geográfico de mulheres negras, que permite ampliar as definições de agência e de resistência com base em suas experiências. Dessa forma, analiso o trabalho culinário como recurso de ação social e política dessas trabalhadoras, considerando a forma como ousam se definir a despeito e a partir dele e os diversos modos com os quais o utilizam para construir e manter laços familiares e comunitários na população negra. Ademais, proponho pensar como cozinheiras negras são forçadas a ser analistas perspicazes do contexto em que vivem em prol de sua sobrevivência e dos seus e, nesse sentido, agem estrategicamente e produzem percepções sociais críticas que evidenciam a estrutura racial, de gênero e de classe que fundamenta a sociedade brasileira. Para analisar estas questões, construo uma história social e crítica do trabalho de mulheres negras na cozinha a partir de processos históricos mais amplos e trajetórias individuais, que tem como base registros e rastros biográficos diversos e entrevistas com cozinheiras e chefs de cozinha negras. A análise sócio-histórica do trabalho se baseia nas contribuições do campo da epistemologia feminista negra, da historiografia que tem como foco a agência de mulheres negras e dos estudos críticos e interseccionais sobre alimentação.-
Descrição: dc.descriptionThis research is a social and critical analysis of the longstanding history of Black women's culinary work in Brazil. The kitchen and the work carried out in this space are thought of as tools for understanding the hierarchies of Brazilian society, based on the life stories of Black women working as cooks. This thesis investigates, from the 18th century to the present day, the historical, economic, and political processes that resulted in the naturalization of the presence of Black women in this space, reflected in the popular Brazilian expression “a foot in the kitchen” and the stereotype of the Brazilian black "mammy": the mãe preta. Thus, I expose the relations of power and violence that are established in the kitchen between Black women workers and white masters, and later, bosses, in addition to the essential character of a work that allows the accumulation of capital and the maintenance of middle and high-class lifestyles that keep Black cooks working under exhausting, precarious, and miserably paid conditions. Considering the longevity of this institution, I also analyze how the mechanisms of Black women’s exclusion from the labor market and the existence of a professional racial etiquette, in which they must fit, continue to be maintained through a focus on gastronomy and the reports of Black women working as chefs today. However, considering their confinement to the kitchen, it is a fundamental part of this work to reflect on this place as a site of Black women's geography, which allows for broadening the definitions of agency and resistance based on their experiences. Thus, I analyze their culinary work as a resource for social and political action, considering how they dare to define themselves despite it and also from it, and the different ways in which they use this work to build and maintain family and community ties in the Black population. Furthermore, I discuss how Black women cooks are forced to be insightful analysts of the context in which they live for the sake of their survival and their loved ones and, in this sense, how they act strategically and produce critical social perceptions that highlight the racialized, gendered, and class structures that found the Brazilian society. To analyze these issues, I build a critical social history of Black women's work in the kitchen from broader historical processes and individual trajectories, based on a diversity of biographical records and interviews with contemporary Black cooks and chefs. The socio-historical analysis of the work is based on contributions from the field of black feminist epistemology, the historiography of Black women’s agency, and the field of critical food studies.-
Formato: dc.formatapplication/pdf-
Direitos: dc.rightsAcesso Aberto-
Direitos: dc.rightsA concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.-
Palavras-chave: dc.subjectCozinha-
Palavras-chave: dc.subjectGastronomia-
Palavras-chave: dc.subjectMulheres negras-
Palavras-chave: dc.subjectRacismo-
Palavras-chave: dc.subjectSexismo-
Título: dc.titleUm pé na cozinha : uma análise sócio-histórica do trabalho de cozinheiras negras no Brasil-
Tipo de arquivo: dc.typelivro digital-
Aparece nas coleções:Repositório Institucional – UNB

Não existem arquivos associados a este item.