Dos velhos aos novos cartolas : uma interpretação do poder e das suas resistências nos clubes face ao impacto das relações futebol-empresa

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Autor(es): dc.contributorDal Rosso, Sadi-
Autor(es): dc.creatorAzevedo, Aldo Antonio de-
Data de aceite: dc.date.accessioned2021-10-14T18:42:57Z-
Data de disponibilização: dc.date.available2021-10-14T18:42:57Z-
Data de envio: dc.date.issued2019-08-27-
Data de envio: dc.date.issued2019-08-27-
Data de envio: dc.date.issued2019-08-27-
Data de envio: dc.date.issued1999-10-
Fonte completa do material: dc.identifierhttp://repositorio.unb.br/handle/10482/35366-
Fonte: dc.identifier.urihttp://educapes.capes.gov.br/handle/capes/638252-
Descrição: dc.descriptionTese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Sociologia, Programa de Pós-Graduação em Sociologia, 1999.-
Descrição: dc.descriptionNeste estudo, de modo geral, abordo a questão do poder e das suas resistências no futebol brasileiro. De modo específico, analiso os efeitos das relações futebol-empresa sobre a estrutura de poder dos clubes, tendo como ponto de partida a gênese dessa estrutura. Na construção deste processo de gênese ou genealogia, dentre outros elementos formadores, descrevo os aspectos simbólicos e ideológicos da cultura do futebol no Brasil, o exercício do poder, o perfil dos dirigentes, o papel do Estado, a legislação e a crise financeira e administrativa dos clubes. Aponto também o que considero um novo momento da instrumentalização econômica do futebol, ou seja, a globalização dos seus negócios, especialmente as relações entre as empresas e os clubes. Esses cenários demarcam momentos da história social e política do futebol brasileiro, em que assume relevância uma Velha estrutura" de poder que vem se mantendo nos clubes, representada por um personagem chamado pejorativamente de “cartola". Com o surgimento das relações futebol e empresa na década de 80 e sua intensificação na década de 90, por meio de estratégias de marketing aplicadas ao esporte, como os patrocínios e as parcerias, a empresa passou a ser um novo ator nos negócios e a interessar-se pela gestão do futebol nos clubes, gerando resistências locais. No plano teórico, a partir da preocupação em interpretar e criticar o modelo tradicional da administração do futebol nos clubes brasileiros, face às relações futebol-empresa, recorro às contribuições de Marx, Weber e Bourdieu, no sentido de complementaridade conceituai. Estabeleço relações entre as noções de ideologia, ação social e habitus, considerando o futebol como um espaço de poder e de produção de resistências nos clubes. Na perspectiva empírica, analiso a prática das relações futebol-empresa e coloco em questão “se” e “como" os patrocínios e as parcerias provocam mudanças e “quais" mudanças se verificam nos clubes. As evidências extraídas de entrevistas feitas em 1997 com empresários, dirigentes de clubes, jogadores de futebol, jornalistas e outros informantes-chaves, tendo como referências três grandes clubes da capital paulista (o São Paulo Futebol Clube, o Sport Club Corinthians Paulista e a Sociedade Esportiva Palmeiras) e seu relacionamento com empresas, refletiram apenas uma modernização parcial na estrutura de poder num desses clubes. Que forças e interesses teriam impedido sua transformação radicai para uma gestão moderna e empresarial? Os resultados da pesquisa demonstram ainda tensões, conflitos, acomodações e adaptações nessa estrutura, colocando frente a frente um modelo “tradicional", “paternalista” e “amador", típico dos clubes, e um modelo “moderno”, “empresarial" e 'profissional”, próprio das empresas capitalistas. Enfim, em razão das resistências da “velha estrutura”, concluo que as relações futebol-empresa têm-se orientado mais para o mercado do que para a gestão dos clubes. Desse modo, as tendências apontam não apenas uma reprodução ou permanência dos “velhos cartolas" no poder, mas a produção de um “novo cartola” do futebol: a empresa capitalista.-
Descrição: dc.descriptionGenerally, in the present study, I address the issue of power and resistance in the Braziiian Soccer. Specifically, my analysis involves the effects of soccer-enterprise relations on the power structure of clubs viewed from its very origin. While developing this origin or genealogy process, among other forming elements, symbolic and ideological aspects of the soccer culture in Brazil, use of power, leader profiles, State role, legislation, as well as the financial, administrative crises experienced by clubs, are described. A new economic moment that in my opinion is involving soccer, namely, globalization of its business affairs, sppecially enterprise-club relations, is discussed here. Such scenarío highlights events in the social and political history of the Brazilian soccer, where an “old structure’ of power in the clubs gains importance, represented by a character poejoratively called “cartola” (a Brazilian Portuguese term for soccer club leaders). With the emergence of soccer-enterprise relations in the 1980’s, and its intensification in the 1990’s by means of sport-oriented marketing strategies, such as sponsorships and partnerships, enterpríses have become new business agents and have developed an interest in soccer management on the part of clubs, thus generating local resistance. Theoretically, from an interest in irrterpreting and criticizing the traditional model used in Soccer management by Brazilian clubs, in the face of soccer-enterprise relations, Marx’s, Weber’s, and Bourdieu’s contributions for concept complementation are evoked. Taking into account soccer as an expression of power and a producer of club resistance, relations between notions of ideology, social action, and habitus were established. Empirically, soccer-enterprise relations are analyzed, and a question is raised as to "if" and "how" sponsorships and partnerships cause changes. “What" changes take place in dubs is also discussed. Having three major São Paulo soccer clubs—São Pauto Futebol Clube, Sport Club Corinthians Paulista, and Sociedade Esportiva Palmeiras—and their relationship with enterprises as a reference, evidence collected from interviews conducted in 1997 with busínesspeople, club leaders, soccer players, journalists, and other key informants reflected only a partial power structure modermization in one of the above-mentioned clubs. What forces and interests coukJ have prevented them from undergoing a radical transformation into modern, entrepreneurial management? Research results reveal the presence of tension, conflicts, and adaptation in this structure, by confronting a “traditional,’ “patemalistic," “amateurish" model typical of soccer dubs and a “modem," "entrepreneuríal,” “professional" model peculiar to capitalist enterpríses. Therefore, in view of the “old structure" resistance, I conclude that as far as clubs are concemed soccer-enterprise relations are more market-oríented than management-oriented. Thus, ali seems to indicate not only a reproduction or permanence of the “old cartolas” in power but also the production of a “new cartola”: capitalist enterpríses.-
Descrição: dc.descriptionDans cet étude, d’une manière générale, j’aborde 1’aspect du pouvoir et de ses résistances Idans le football brésilien. De manière spécifique, j’analise les effets des relations football-entreprise sur la structure du pouvoir des clubs, ayant comme point de départ Torigine de cette structure. Dans l’établissement de ce procès d’origine ou de généalogie, entre autres éléments qui se formes, je décris les aspects simboliques et idéologiques de Ia culture du football au Brésil, l’exercice du pouvoir, le préfil des dirigents, Ia fonction de l’Etat, Ia législation et Ia crise financière et administrative des clubs. Je nome aussi ce que je considère un nouveau moment de transformation économique du football, s’est-à-dire, la globalisation de ces négoces, spécialement les relations entre les entreprises et les clubs. Ces scénarios marquent les moments de 1’histoire sociale et politique du football brésilien, ou une “vieille structure” de pouvoir prend de l’importance et maintient nos clubs, representée par un personnage, appelé péjorativement de cartola (dirigent de club de football). Avec l’apparition des relations football-entreprise dans les années 80 et son intensification dans les années 90, par des stratégies de marketing apliquées au sport, comme les parrainages et les sociétés, l’entreprise est devenu un nouvel acteur dans les négoces et s’est interesée par Ia gestion du football dans les clubs provoquant des résistances locales. Dans un plan de téorie, à partir de Ia préocupation d’interpréter et de critiquer le modèle rtraditionel d'administration du football dans les clubs brésilíens, face aux relations footbaH-entreprise, je me sers des contributions de Marx, Weber et de Bourdieu, pour faire le complément des concepts. J’établis des relations entre les notions de l'ldéologie, action sociale et habitus, considérant le football comme une expression de pouvoir et de producttons de résistences dans les clubs. Dans la prespective empirique, j’analise la pratique des relations football-entreprise et je mets en question le a si” et le “comment" les aides et les sociétés provoquent les changements et “quelles" changements se verifient dans les clubs. Les évidences extraitent des entrevues fartes en 1997 auprès d'hommes d‘affaires, de dirigents de dubs, de joueurs de football, de journalistes et d’autres informateurs-clefs, ayant comme références trois grands clubs de la capitale de São Paulo (le São Paulo Futebol Clube, le Sport Club Corinthians Paulista et la Sociedade Esportiva Palmeiras) et leurs relationement avec les entreprises, ont revelé seulement une modernisation partielle de Ia structure du pouvoir dans un de ces clubs. Quelles forces et quels intérêts auraient empéché sa transformation radicale pour une gestion modeme et administrative. Les résultats de Ia recherche démontrent encore quelques tensions, conflits, convenances et ladaptations dans cette structure, mettant face-à-face un modèle “traditionel”, “patemaliste”, et (“amateur", tipiques des clubs, et un modèle “modeme", “administratif et “profissionel", apartenent aux entreprises capitalistes. Enfin, en raison des résistances de Ia “vieille structure", je déduit que les relations football-entreprise s’est dirigée plus vers le marché que vers Ia gestion des clubs. De cette manière, les tendances montrent non seulement une reproduction ou pennanence des vieux cartolas au pouvoir, mais aussi la production d’un nouveau cartola du football: l’entreprise capitaliste.-
Formato: dc.formatapplication/pdf-
Direitos: dc.rightsAcesso Aberto-
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Palavras-chave: dc.subjectFutebol-
Palavras-chave: dc.subjectAdministradores-
Palavras-chave: dc.subjectClubes esportivos-
Título: dc.titleDos velhos aos novos cartolas : uma interpretação do poder e das suas resistências nos clubes face ao impacto das relações futebol-empresa-
Tipo de arquivo: dc.typelivro digital-
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