A mulher-árvore que uiva, arde e erra : uma escuta da poética de Alejandra Pizarnik

Registro completo de metadados
MetadadosDescriçãoIdioma
Autor(es): dc.contributorMore, Anna Herron-
Autor(es): dc.contributordizamarra@gmail.com-
Autor(es): dc.creatorMarra, Fernanda Ribeiro-
Data de aceite: dc.date.accessioned2021-10-14T18:36:29Z-
Data de disponibilização: dc.date.available2021-10-14T18:36:29Z-
Data de envio: dc.date.issued2021-03-31-
Data de envio: dc.date.issued2021-03-31-
Data de envio: dc.date.issued2021-03-31-
Data de envio: dc.date.issued2020-12-10-
Fonte completa do material: dc.identifierhttps://repositorio.unb.br/handle/10482/40416-
Fonte: dc.identifier.urihttp://educapes.capes.gov.br/handle/capes/635674-
Descrição: dc.descriptionTese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Letras, Departamento de Teoria Literária e Literaturas, 2020.-
Descrição: dc.descriptionEsta tese propõe uma leitura em conjunto dos poemas e diários de Alejandra Pizarnik (1936- 1972), por entender que sua produção literária é indissossiável do movimento que empreende pela vida. Viragens em termos formais e intensivos acompanham os acontecimentos da existência da poeta; por isso, elegi a cronologia como critério para estruturar os capítulos. O movimento pela vida se manifesta como excrita do corpo que Jean-Luc Nancy entende como um remetimento de si a si no ato da escrita, e também como um endereçamento ao outro por meio do texto. Neste trabalho, o texto é também o que Emanuele Coccia chama de espaço medial, lugar onde Pizarnik lança suas palavras, que não cessam de ecoar e produzir sentidos. Elas podem ser captadas no espelho que é o poema pelo exercício da escuta, um modo de me aproximar dessa escrita deixando vibrar a poesia, tentando não abafar as possibilidades que ressoam. Nesse processo, os versos intransigentes e lastimosos, a disseminação de nomes e pronomes, o vocabulário reiterado e reduzido, a pulsão insatisfeita e as assonâncias labirínticas conferem um contorno de uivo saído de um corpo que vagueia e se envia (à lua, ao leitor, a quem quer que escute) desde sua condição desconjuntada e cindida. A escuta é estar diante do espelho que é o texto e perceber que não há reflexo. O que retorna é, com Alexandre Nodari, o corte oblíquo que atravessa as instâncias discursivas (eu-tu) evidenciando a reversibilidade desses lugares, permitindo que o sujeito se perceba como objeto e que o objeto (pessoa fora do discurso – ela) participe do jogo enunciativo. Minha hipótese é a de que a radicalidade com que essa autora faz da linguagem sua “questão fundamental” está profundamente ligada à convocação à escrita para o enlace do corpo que se reconhece em partes e para o impulso à vida, dado que viver consistia no gesto mesmo da escrita. A mulher- árvore é o devir do sopro de vida que essa leitura “de ouvido” reconhece na poesia que não se dobra ao indizível, que não cede à paralisia imposta pelo corpo sem lastro tendendo à morte. Alinhada com Georges Bataille, a poeta faz da escrita sua experiência interior e conduz o corpo ao extremo da debilidade em nome de dizer a poesia. Pizarnik chega a dizer o “corpo poético” como lugar da máxima aproximação entre as materialidades imiscuíveis que insiste em unir. Em diálogo com Derrida, proponho que Pizarnik empreende com sua morte um último gesto literário que faria coincidir finalmente corpo e língua nesse dizer sem palavras, logo, sem pedir perdão. “El Poema” é o suicídio, o texto-acontecimento que a poeta escreveu de uma vez por todas, e que não se confunde com a sua assinatura.-
Descrição: dc.descriptionThis thesis proposes reading together the poems and diary of Alejandra Pizarnik (1936-1972). I understand that her literary production is inseparable from the movement she engages for life. Some formal and intensive turns of her writing follow the events of her existence. For this reason I have chosen cronology as a criterion to structure the chapters. The movement for life manifests as the excrita of the body which Jean-Luc Nancy understands in the act of writting as an address of self to self, and also as an address of others through the text. For this work, the text is what Emanuele Coccia calls a medial space, that is, the place where Pizarnik tosses words which never stop echoing and meaning. These words can be captured in the mirror that the poem is through the work of listening, a way of approaching this writting that allows poetry to vibrate trying not to stifle the possibilities that resound. In this process, the intransigent and wailful lines, the dissemination of names and pronouns, the reduced and reiterated vocabulary, the dissatisfied drive and the labyrinthine assonances give poetry the outline of a howl that comes from a wandering body which sends itself (to the moon, to the reader, to whoever listens) from its disjointed and broken condition. Listening is like being in front of a mirror, which is the text, and realizing that there is no reflection. What returns is, as Alexandre Nodari calls it, the oblique cut that crosses discursive instances (I-you) pointing to the reversibility of these places, allowing the subject to notice itself as an object, and the object (the person out of the discourse – she) to take part in the enunciative game. My hypothesis is that the radical usage of language by this author, that she treats as her “fundamental problem,” is deeply associated with the call to writing. Such a call has the purpose of connecting the body that recognizes itself as parts and also has the purpose of giving impulse to her to life, considering that living consists of the gesture of writing itself. The woman-tree é the becoming of the breath of life that this reading “by ear” recognizes in the poetry which does not buckle to the unspeakable, which does not surrender to paralysis imposed by the body without ballast and oriented to death. Aligned with Georges Bataille, the poet makes of writing her inner experience and leads the body to the utmost weakening in the name of poetry. Pizarnik ends up naming “poetic body” as a place where immiscible materialities can be as mixed as posible. In dialogue with Jacques Derrida, I propose that Pizarnik undertakes with her death the last literary gesture that would finally match language and body in this saying without words, thus, without asking forgiveness. “El Poema” is the suicide, the text-happening the poet wrote for once and for all, and that is not confused with her signature.-
Formato: dc.formatapplication/pdf-
Direitos: dc.rightsAcesso Aberto-
Direitos: dc.rightsA concessão da licença deste item refere-se ao termo de autorização impresso assinado pelo autor com as seguintes condições: Na qualidade de titular dos direitos de autor da publicação, autorizo a Universidade de Brasília e o IBICT a disponibilizar por meio dos sites www.bce.unb.br, www.ibict.br, http://hercules.vtls.com/cgi-bin/ndltd/chameleon?lng=pt&skin=ndltd sem ressarcimento dos direitos autorais, de acordo com a Lei nº 9610/98, o texto integral da obra disponibilizada, conforme permissões assinaladas, para fins de leitura, impressão e/ou download, a título de divulgação da produção científica brasileira, a partir desta data.-
Palavras-chave: dc.subjectPizarnik, Alejandra, 1936-1972 - crítica e interpretação-
Palavras-chave: dc.subjectPoemas-
Palavras-chave: dc.subjectLiteratura - crítica e interpretação-
Título: dc.titleA mulher-árvore que uiva, arde e erra : uma escuta da poética de Alejandra Pizarnik-
Tipo de arquivo: dc.typelivro digital-
Aparece nas coleções:Repositório Institucional – UNB

Não existem arquivos associados a este item.