TEM QUÍMICA NO MUSEU? GUIA DIDÁTICO PARA O ENSINO DE QUÍMICA NO MUSEU DE BIOLOGIA PROFESSOR MELLO LEITÃO

Abstract

Este trabalho descreve o estudo para determinar as potencialidades que o Museu de Biologia Professor Mello Leitão, Santa Teresa, ES, possui para o ensino de Química, na perspectiva da alfabetização científica. Objetivou-se, caracterizar o Museu de Biologia Professor Mello Leitão como um espaço de educação não formal que promova o Ensino de Química; verificar a percepção de professores de Química quanto ao uso destes espaços para o ensino de Química, visando a promoção da alfabetização científica; desenvolver e validar um guia como produto educacional contendo sugestões de abordagens para o Ensino de Química no Museu de Biologia Professor Mello Leitão, proporcionando alfabetização científica e; investigar uma aula com alunos do Ensino Médio baseada nas propostas do guia didático. Sendo uma pesquisa qualitativa de estudo de caso, foram planejadas previamente as abordagens de Química dentro do espaço do museu e elaborado um produto educacional chamado “Tem Química no museu? Guia didático para o ensino de Química no Museu de Biologia Mello Leitão”. Foram utilizados questionários como instrumentos para a coleta de dados. Os resultados dos questionários aplicados aos professores indicam que, mesmo sendo um grupo experiente, frequentadores de espaços científicos e culturais, que sabem da importância de desenvolverem alfabetização científica e de utilizarem espaços não formais para o ensino, não costumam propor atividades de ensino de Química em museus e outros espaços. São poucas ações desenvolvidas para o ensino de Química, com foco na alfabetização científica em museus de Ciências, o que justificam e valorizam as pesquisas feitas nesta área. O guia didático passou por duas validações por pares, indicando que o guia apresenta grande potencial para o ensino de Química no museu e para a promoção da alfabetização científica. Devido à pandemia de Covid-19, as aulas presenciais nas escolas foram suspensas, o que impossibilitou uma ida presencial ao museu. Após novos planejamentos e adequações, optou-se por uma ‘visita virtual’ que ocorreu durante as aulas remotas regulares, com a aplicação de questionários antes e após a visita. Os resultados obtidos a partir da análise destes questionários mostraram que este modelo de visita permitiu que muitos conhecessem o espaço e identificassem diversas informações químicas e científicas. Por fim, vimos que o produto educacional apresenta uma versatilidade para seu uso, sendo ele usado nas mediações presenciais no museu ou à distância, em aulas remotas. Acreditamos que esta pesquisa contribui significantemente à área do Ensino de Química em espaços de educação não formal e na promoção da alfabetização científica de alunos do ensino médio.