Relações de gênero no recreio de uma escola

Abstract

Esse produto didático é resultado das exigências parciais para a obtenção do título de Mestre em Ensino da Educação Básica do Programa de Pós-graduação em Educação Básica do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira apresentado em maio de 2019. Trata-se de um áudio-visual elaborado sobre a temática de relações de gênero, a partir da observação de co-construções de interação de garotas e de garotos de uma turma de 8º ano do Ensino Fundamental II de uma escola da Cidade do Rio de Janeiro. A “Performatividade” foi o conceito central nesse labor, considerando o pressuposto da estudiosa Judith Buther de que “gênero não se tem, se faz”. O trabalho teve como aporte teórico alguns estudiosos sobre a questão de gênero e sexualidades e da utilização de novas ferramentas da tecnologia aliadas ao fazer pedagógico na escola, como MORAN, José Manuel. O vídeo na sala de aula; FURLANI, Jimena. Educação Sexual: possibilidades didáticas. In LOURO, Guacira Lopes. Gênero, sexualidade e educação. Uma perspectiva pós-estruturalista; ITOZ, Sônia. Adolescência e Sexualidade: para eles e para nós; DUARTE. Rosália. Cinema e Educação; FERRÉS, J. F. Vídeo e educação; FRESQUET, Adriana. Cinema e educação: reflexões com professores e estudantes de educação básica, dentro e “fora” da escola. Esse produto didático foi aplicado no Instituto Nossa Senhora da Piedade – Unidade Flamengo, para as turmas de 8º e 9º ano em outubro de 2019 na ocasião da realização do Projeto de Formação continuada para alunos. Em dois momentos distintos e separados por turma, os alunos, foram levados para o auditório e, dispostos em Roda, assistiram o áudio-visual. Após esse momento, os professores e a Coordenação iniciaram um momento de diálogo onde cada aluno pode falar de suas visões de mundo e aquilo que entendiam sobre o assunto, especialmente puderam compartilhar suas opiniões sobre o que é ser garota e o que é ser garoto. A dinâmica foi mediada por uma roleta confeccionada a partir de materiais reciclados que auxiliou na seleção do aluno que teria seu momento de fala. O professor facilitador permitia que outros estudantes falassem em concordância ou não de um colega. O momento de Roda teve um tempo total de 100 minutos. O resultado foi a promoção de um momento de construção democrática de saberes colaborativos e de importantes reflexões capazes de transformações pessoais e de grupo. Isso no sentido de que o áudio-visual possibilitou um conjunto de significações que puderam ser interpretadas e compreendidas de diversas maneiras e, também, que os estudantes se vissem como autores e atores se permitindo a leitura e a análise de suas interações, o que torna possível ao menos uma pequena interpretação de suas performances.