DITADURA MILITAR E DIREITOS HUMANOS NO AMAPÁ (1964-1985): um paradidático para o ensino de História na Educação de Jovens e Adultos

Abstract

A recente disputa de narrativas contra e a favor da intervenção militar no Brasil resultou em ataques à democracia no país e inspirou-me a desenvolver este estudo com vistas a contribuir para o ensino de História na Educação de Jovens e Adultos (EJA) do Ensino Médio, que partiu da minha inquietação pela escassez de material didático especifico sobre o período que compreende os anos de 1964 a 1985 no então Território Federal do Amapá – limites temporal e territorial da pesquisa. A investigação resultou na produção do livro DITADURA MILITAR E DIREITOS HUMANOS NO AMAPÁ: um paradidático para o ensino de História na Educação de Jovens e Adultos, direcionado aos alunos, no qual discorri, entre outros pontos, sobre a estrutura local de repressão do estado; os atos de violação de direitos humanos praticados por agentes públicos contra cidadãos amapaenses; o discreto revide destes por tímidos atos de resistências; a conexão do Amapá com a Guerrilha do Araguaia; os lugares de memória da ditadura e os trabalhos da Comissão Nacional da Verdade (CNV) e da Comissão Estadual da Verdade do Amapá (CEV-AP), que deram a conhecer a história daquele regime de exceção a partir das vozes de quem o vivenciou nesta parte do país. Como texto de apoio para a aplicabilidade deste produto educacional, escrevi esta dissertação, em que trato sobre o ensino de História; a história local; a EJA; os conceitos de democracia, ditadura e direitos humanos; a ditadura militar no Brasil; as suas representações nos livros didáticos nacionais; as comissões da verdade e o próprio livro paradidático, sua apresentação e potencialidade de uso no ensino de História. Neste ano em que o golpe de estado, que deu início a ditadura militar no país, completou 60 anos, apresento-lhes este estudo celebrando a resistência que nos trouxe à democracia.