Coletânea Audiovisual: Família é quem cuida com afeto!

Abstract

A coletânea audiovisual Família é quem cuida com afeto é um Produto Educacional vinculado à pesquisa desenvolvida no Mestrado Profissional em Educação e Ensino do IF Goiano – Campus Urutaí. Composta por três vídeos formativos, a coletânea foi estruturada a partir dos dados empíricos da investigação e organizada em eixos temáticos que tratam de dimensões complementares da exclusão institucional de famílias não hegemônicas. Cada vídeo articula teoria, prática e escuta das famílias, com foco na formação de professoras da Educação Básica. O primeiro vídeo, “Reescrevendo o PPP com todas as famílias dentro”, discute o Projeto Político-Pedagógico (PPP) como espaço de reconhecimento institucional das famílias. Fundamenta-se nas contribuições de Candau (2008, 2012, 2016), Louro (2008), Junqueira (2010) e Cavalleiro (2001), ao enfatizar a importância de processos formativos éticos, participativos e sensíveis à diversidade de vínculos familiares. O segundo vídeo, “Dia da Família: quando a linguagem acolhe”, propõe uma análise crítica das festividades institucionais e da linguagem como prática política. Dialoga com autoras como Butler (2003), Ahmed (2020), Orlandi (2007) e Gramsci (2001), ao mostrar que expressões cotidianas, como “papai e mamãe”, podem reforçar exclusões simbólicas, sugerindo alternativas inclusivas como “responsáveis” e “quem cuida com afeto”. O terceiro vídeo, “Famílias que resistem: visibilidade, direitos e reconhecimento”, evidencia as estratégias de resistência e afirmação adotadas por famílias homomaternais e homoparentais no cotidiano educacional. Ampara-se em autores como Bobbio (1992), Bourdieu (1989), Uziel, Mello e Grossi (2006) e novamente Butler (2003), para discutir os pactos simbólicos e os desafios do reconhecimento institucional e jurídico dessas famílias. A coletânea também se sustenta em referenciais da Educomunicação, com base em Soares (2011), Fantin (2006), Hernández (2000) e Mirzoeff (2003), ao compreender o audiovisual como linguagem formativa e crítica. Do ponto de vista pedagógico, articula-se com Freire (1996), Vygotsky (2007) e Josso (2004) para fundamentar a escuta formativa como continuidade ética e política da ação docente. Metodologicamente, o trabalho apoia-se no Paradigma Indiciário de Ginzburg (1989) e nos critérios de avaliação da CAPES (2017, 2019), ampliados por autores como Marquezan & Savegnago (2020) e Zaidan, Ferreira & Kawasaki (2018). Com linguagem sensível e estética intencionalmente acessível, o Produto Educacional busca promover deslocamentos simbólicos e práticos nas unidades educacionais, contribuindo para a consolidação de uma formação docente comprometida com os Direitos Humanos, a diversidade familiar e o pertencimento pleno de todas as famílias na vida escolar.