Em defesa da história ensinada: usos e abusos dos jogos no ensino de História

Abstract

O presente trabalho abordar a utilização dos jogos no Ensino de História. Para tal, buscamos refletir sobre os usos e abusos da ludicidade na educação. Problematizando práticas de mercadologização da educação, que elevam os jogos à condição de panaceia, uma espécie de tábua de salvação, remédio para todos os males do ensino. Esse olhar idealizado dos jogos em sua relação com o ensino é um dos processos responsáveis por gerar a confusão de conceitos como o de gamificação e ludicidade. Para nós, essas confusões não se dão por acaso. Estão, ao contrário, associadas a uma proposta neoliberal de entendimento da Educação. Por outro lado, tentamos propor discussões teórico-metodológicas com o intuito de contribuir na produção de alternativas de utilização de jogos no Ensino de História, tendo como perspectiva uma compreensão crítica da História. Para exemplificar os pontos discutidos na pesquisa, especificamos nossa análise no período medieval europeu. Analisamos os jogos Clash Royale (2016) e The Witcher (2015), tendo como objetivo observar como tais mídias reproduzem o passado em suas narrativas e sistemas de jogo (mecânicas). Examinamos também os jogos Carcassonne (2000) e o Bingo Iluminado da Idade Média (2023), que, bem como os anteriores, abordam o medievo europeu. Além disso, esses jogos foram escolhidos para as oficinas práticas, aplicadas - através dos preceitos metodológicos da educação histórica - com professores e estudantes das redes públicas e privadas de ensino básico. Ao fim do trabalho, propomos modos de uso de jogos em salas de aula no Ensino da História.