O ensino de história no primeiro ano do ensino fundamental: território e patrimônio cultural

Abstract

Ensinar História na contemporaneidade tem sido um desafio composto de obstáculos de diferentes naturezas. A docência como professores e professoras de História tem nos permitido ao longo dos anos vivenciar o cotidiano das transformações na educação dos nossos territórios de atuação. Isso nos dá a possibilidade de compreender como as mudanças impactam diretamente na rotina da sala de aula e direcionam os fluxos de aprendizagem de acordo com os interesses dos órgãos reguladores da educação, sem levar em consideração a singularidade implicada na aprendizagem individual e se a aprendizagem alcançada ao longo do tempo é suficientemente capaz de permitir que os alunos e alunas alcancem o conhecimento significativo. Neste sentido, busca-se nesta pesquisa analisar a atual estrutura do ensino de História, propondo caminhos e metodologias para a construção de novos sentidos e significados no processo de mediação, na perspectiva da valorização e preservação do patrimônio cultural de São Gonçalo do Amarante. Partindo de uma análise sobre o contexto da educação brasileira, de pelo menos uma década, em relação a fatores ligados principalmente às questões políticas e sociais, podemos considerar que há uma crise estrutural para o campo das humanas, incluindo a História nas diversas etapas do ensino básico. Os problemas enfrentados partem principalmente das mudanças nos currículos ou na ausência de recursos didáticos concretos para o trabalho em sala, o que consequentemente requer mudanças nas metodologias utilizadas nos anos iniciais, influenciando o decorrer da vida estudantil até o final do ensino médio. O ensino de História no ciclo de alfabetização tem sido, de certa forma, negado ao longo dos últimos anos, principalmente pelo fato da emergência da alfabetização ao final do segundo ano do ensino fundamental, não oportunizando aos educandos as aprendizagens por meio do ensino de História. Dessa forma, buscamos alternativas e metodologias que garantam as aprendizagens necessárias à formação das crianças numa perspectiva de educação histórica. Para isso, propomos a realização de atividades e experiências lúdicas com o uso das ações que tem origem na cultura popular, por meio de músicas, folguedos, manifestações e danças populares (Reisado, Dança do Coco, Dança de São Gonçalo), o Artesanato, o Teatro e o Circo, estruturando o trabalho para o ensino de História através da educação patrimonial, permitindo às crianças o contato com o patrimônio cultural material e imaterial do seu próprio território e contexto de vida.