Dependência epistêmica, confiança epistêmica e vieses ideológicos : a prática social da ciência na análise microetnográfica do discurso sobre desinformação científica por estudantes do 6º ano do ensino fundamental.

Registro completo de metadados
MetadadosDescriçãoIdioma
Autor(es): dc.contributorMendonça, Paula Cristina Cardoso-
Autor(es): dc.contributorPereira, Aldo Aoyagui Gomes-
Autor(es): dc.contributorMendonça, Paula Cristina Cardoso-
Autor(es): dc.contributorPereira, Aldo Aoyagui Gomes-
Autor(es): dc.contributorAlmeida, Sheila Alves de-
Autor(es): dc.contributorPivaro, Gabriela Fasolo-
Autor(es): dc.contributorMoraes, Andreia Guerra de-
Autor(es): dc.creatorAraújo, Letícia de Cássia Rodrigues-
Data de aceite: dc.date.accessioned2025-08-21T15:05:44Z-
Data de disponibilização: dc.date.available2025-08-21T15:05:44Z-
Data de envio: dc.date.issued2025-08-05-
Data de envio: dc.date.issued2024-
Fonte completa do material: dc.identifierhttps://www.repositorio.ufop.br/handle/123456789/20722-
Fonte: dc.identifier.urihttp://educapes.capes.gov.br/handle/capes/1002317-
Descrição: dc.descriptionPrograma de Pós-Graduação em Educação. Departamento de Educação, Instituto de Ciências Humanas Sociais, Universidade Federal de Ouro Preto.-
Descrição: dc.descriptionEsta tese foi desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação, inserida na linha de pesquisa “Práticas Educativas, Metodologias de Ensino, Aprendizagem e Tecnologias da Educação”, e tem como objetivo investigar a dependência epistêmica, a confiança epistêmica e os vieses ideológicos de estudantes do 6o ano dos Anos Finais do Ensino Fundamental na avaliação de fontes propagadoras de afirmações científicas. A pesquisa fundamenta-se na Epistemologia Social da Ciência e parte do pressuposto de que os estudantes, ao avaliarem informações científicas, devem recorrer à dependência epistêmica em especialistas com confiabilidade suficiente para inferirem afirmações científicas. Embora possam exercer autonomia epistêmica em determinados contextos, sua tomada de decisão depende do conhecimento produzido por cientistas e comunicadores legítimos da ciência. No entanto, a literatura da área também aponta que os estudantes podem ser influenciados por outros critérios, como vieses cognitivos e bolhas epistêmicas, que interferem na avaliação da legitimidade das fontes científicas. Metodologicamente, adotamos a Etnografia em Educação, permitindo uma imersão participativa e prolongada na sala de aula de ciências para compreender, de maneira êmica, ou seja, sob o ponto de vista dos próprios estudantes, suas percepções e posicionamentos sobre informações científicas. A pesquisa foi conduzida ao longo do ano letivo de 2022, em uma escola de Minas Gerais, e incluiu o desenvolvimento de sequências didáticas a partir de Questões Sociocientíficas (QSCs), abordando a continuidade do uso de máscaras durante a pandemia de COVID-19. Os dados foram coletados por meio da observação participante, registros audiovisuais e anotações em caderno de campo, sendo posteriormente analisados à luz da análise microetnográfica do discurso. Os resultados indicam que os estudantes apresentam diferentes graus de confiança nas informações científicas, oscilando entre uma crença ingênua na ciência e um ceticismo extremo, especialmente em temas politizados. A análise revela que os critérios utilizados pelos estudantes para filtrar informações são influenciados tanto pelos elementos da Prática Social da Ciência quanto por sua autonomia epistêmica, além de fatores culturais e ideológicos. Além disso, a pesquisa evidenciou que a ausência de uma compreensão funcional da Natureza da Ciência – que englobe desde os processos de produção do conhecimento até sua legitimação e comunicação pública – a qual compromete a capacidade dos estudantes de diferenciar ciência legítima de desinformação científica. Ressaltamos, contudo, que um dos momentos mais significativos de nossa análise ocorreu ao evidenciarmos que os estudantes recorreram a argumentos supostamente científicos para construir seus discursos e associá-los a narrativas científicas, com o objetivo de persuadir o público por meio de afirmações divergentes do consenso científico estabelecido. Por fim, consideramos que os estudantes do 6o ano tendem a confiar em instituições acadêmicas e especialistas, mas não apresentaram indícios de consideração do consenso científico e conflito de interesses. A pesquisa também identificou lacunas perante a autonomia epistêmica dos estudantes, que, sem uma base científica sólida, podem reproduzir argumentos sem análise crítica, sendo, possivelmente, influenciados por vieses ideológicos. Diante desse cenário, a pesquisa contribui para a Educação em Ciências ao sugerir a inclusão da Alfabetização Científica Midiática no ensino básico.-
Descrição: dc.descriptionThis thesis was developed within the Graduate Program in Education, under the research line "Educational Practices, Teaching Methodologies, Learning, and Educational Technologies." It aims to investigate epistemic dependence, epistemic trust, and ideological biases among sixth- grade students in the final years of elementary education when evaluating sources that propagate scientific claims. The research is grounded in the Social Epistemology of Science and assumes that students, when evaluating scientific information, should rely on epistemic dependence on experts who are sufficiently reliable to infer scientific claims. Although they may exercise epistemic autonomy in certain contexts, their decision-making depends on knowledge produced by scientists and legitimate science communicators. However, the literature in this field also suggests that students can be influenced by other criteria, such as cognitive biases and ideological bubbles, which interfere with their evaluation of the legitimacy of scientific sources. Methodologically, we adopted Educational Ethnography, allowing for a prolonged and participatory immersion in the science classroom to understand, from an emic perspective—that is, from the students' own point of view—their perceptions and stances on scientific information. The research was conducted throughout the 2022 academic year in a school in Minas Gerais, Brazil, and involved the development of didactic sequences with a socioscientific approach (QSCs), addressing the continued use of face masks during the COVID-19 pandemic. Data were collected through participant observation, audiovisual recordings, and field notes, later analyzed using microethnographic discourse analysis. The results indicate that students exhibit varying degrees of trust in scientific information, oscillating between naïve belief in science and extreme skepticism, particularly regarding politicized topics. The analysis reveals that the criteria students use to filter information are influenced by both elements of the Social Practice of Science and their epistemic autonomy, as well as cultural and ideological factors. Furthermore, the research highlighted that the absence of a functional understanding of the Nature of Science—encompassing the processes of knowledge production, legitimation, and public communication—compromises students’ ability to differentiate legitimate science from scientific misinformation. However, one of the most significant findings was that students resorted to seemingly scientific arguments to construct their discourse and associate them with scientific narratives, aiming to persuade their audience through claims that diverged from the established scientific consensus. Finally, we found that sixth-grade students tend to trust academic institutions and experts but showed no clear consideration of scientific consensus or conflicts of interest. The research also revealed gaps in students' epistemic autonomy: without a solid scientific foundation, they may reproduce arguments uncritically, potentially being influenced by ideological biases. Given this scenario, the research contributes to Science Education by advocating for the inclusion of Scientific Media Literacy in basic education.-
Formato: dc.formatapplication/pdf-
Idioma: dc.languagept_BR-
Direitos: dc.rightsaberto-
Direitos: dc.rightsAttribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 United States-
Direitos: dc.rightshttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/3.0/us/-
Direitos: dc.rightsAutorização concedida ao Repositório Institucional da UFOP pelo(a) autor(a) em 14/07/2025 com as seguintes condições: disponível sob Licença Creative Commons 4.0 que permite copiar, distribuir e transmitir o trabalho, desde que sejam citados o autor e o licenciante. Não permite o uso para fins comerciais nem a adaptação.-
Palavras-chave: dc.subjectFilosofia das ciências-
Palavras-chave: dc.subjectEducação científica-
Palavras-chave: dc.subjectEnsino de ciências-
Palavras-chave: dc.subjectSegundo ciclo do ensino fundamental-
Título: dc.titleDependência epistêmica, confiança epistêmica e vieses ideológicos : a prática social da ciência na análise microetnográfica do discurso sobre desinformação científica por estudantes do 6º ano do ensino fundamental.-
Tipo de arquivo: dc.typelivro digital-
Aparece nas coleções:Repositório Institucional - UFOP

Não existem arquivos associados a este item.