ENSINO DE HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA: CONTRIBUIÇÃO DA OBRA “QUANDO ME DESCOBRI NEGRA” NA CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE FEMININA NEGRA

Abstract

Esta pesquisa apresenta a proposta de um ensino de história que utiliza a obra Quando me Descobri Negra (2015) de Bianca Santana, para fortalecer a identidade étnica por meio da representatividade feminina negra e promover um ensino de História antirracista atrelado a práticas que visam à redução das desigualdades sociais. A obra de Santana nos permite observar as faces do racismo estrutural, institucional e velado que se apresentam – cotidianamente – na vida das pessoas pretas e pardas do Brasil. Além do mais, esse texto evidencia a potencialidade da literatura produzida por mulheres negras, uma vez que este tipo de literatura foi por muito tempo silenciada e excluída dos meios editoriais, cuja escrita possibilita aos jovens se encontrar de maneira positiva nas representações que são disponibilizadas. Propomos, portanto, um ensino de História descolonizado, em que pessoas negras possam se ver representados não mais como subalternos ou ex-escravizados, mas em todos os espaços que queiram ocupar e que lhes são de direito. Além do mais, discutimos aqui conceitos pertinentes e urgentes quanto a questão das relações étnico-racias, como raça, racismo, colorismo, interseccionalidade e decolonialidade. Como resultado dessa pesquisa, foi produzido um guia didático, que objetiva apresentar para o professor uma sequência de roteiros para serem utilizados pelos professores de História do Ensino Médio, com vistas a um ensino decolonial a partir do uso de literaturas negras, em especial da obra Quando me descobri negra (2015) de Bianca Santana. Desta forma, esta pesquisa se coloca como ferramenta para a efetivação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais e o ensino de História e Cultura Afro-brasileira e africana como institui a Lei 10639/2003.