ENSINO MÉDIO INTEGRADO NA MODERNIDADE LÍQUIDA: RELAÇÕES ENTRE SUBJETIVIDADES DE JOVENS ESTUDANTES E A LÓGICA DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

Abstract

Este estudo, inserido no Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica, vincula-se ao macroprojeto “Trabalho e Educação: políticas e processos sociais” e à linha de pesquisa “Organização e Memórias de Espaços Pedagógicos na Educação Profissional e Tecnológica (EPT)”. O estudo tem como objeto as relações entre subjetividades de jovens estudantes do Ensino Médio Integrado (EMI) e a lógica de organização do trabalho, no contexto social que Zygmunt Bauman define como a Modernidade Líquida e que conta com elementos decorrentes da ideologia neoliberal. Tendo por objetivo geral problematizar as relações entre subjetividades de jovens estudantes e a lógica de organização do trabalho na Modernidade Líquida, no referencial teórico destacam-se contribuições de autores acerca da EPT, bem como da articulação entre juventudes, educação e trabalho na contemporaneidade. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa qualitativa, com levantamento bibliográfico em bases de dados nacionais, buscando por dissertações e teses que ajudassem a compreender como os jovens estudantes têm se relacionado com essa etapa de ensino a partir da perspectiva do projeto de vida, compondo, dessa forma, a revisão de literatura e, ainda, com pesquisa de campo realizada através de entrevistas individuais a jovens estudantes da 3ª série do EMI do IF Baiano Campus Itaberaba. As entrevistas foram analisadas utilizando a metodologia de análise temática de Virginia Braun e Victoria Clarke. Os resultados apontam que, aos olhos dos jovens, o EMI de um Instituto Federal é entendido como oportunidade de ter uma educação de qualidade, que pode aumentar as chances de ingresso no Ensino Superior e, por incluir a educação profissional, como uma estratégia que pode facilitar a inclusão produtiva no mundo do trabalho. A instituição investigada aparece como uma importante instância de socialização, propiciando múltiplas experiências de subjetivação, sendo também um espaço que atua na constituição de identidades no bojo de uma formação humana integral. Como aspecto recorrente, tem-se o desejo por ascensão social individual e a figura do empresário de si mesmo como metáfora adequada para se referir às crenças explicitadas sobre a participação dos jovens no mundo do trabalho contemporâneo. No entanto, esses elementos da racionalidade neoliberal coexistem com ideias que representam pontos de enfrentamento, notadamente a partir da referência a valores do trabalho defendidos por jovens da Geração Z. O produto educacional foi elaborado tendo como pilares o processo de pesquisa e a experiência profissional da pesquisadora. O seu objetivo consiste em auxiliar jovens estudantes do EMI e profissionais de Institutos Federais no fortalecimento das perspectivas de futuro, a partir do estímulo ao autoconhecimento e ao reconhecimento dos fatores que motivam a permanência, do papel do EMI em suas vidas, das crenças e interesses relacionados ao mundo do trabalho e dos valores que guiam suas vidas. Compõem o produto, um manual de aplicação, um baralho educativo com perguntas e sugestões de materiais complementares, além de uma cartilha para educadores com orientações de como acolher e escutar com qualidade.