Comportamento Workaholic: Quando a extrema dedicação ao trabalho se torna um perigo para a saúde mental

Abstract

Num cenário contemporâneo marcado pela valorização do alto desempenho e da produtividade, a cultura do trabalho intensivo tem gerado prejuízos a saúde mental dos trabalhadores. O objetivo geral desta pesquisa consistiu em investigar os impactos do comportamento workaholic na saúde mental dos trabalhadores e identificar estratégias organizacionais eficazes para mitigar os seus efeitos negativos. A presente pesquisa adotou a revisão bibliográfica como método de investigação, com enfoque no estado da arte. Foram consultadas as bases de dados Scopus, Web of Science, PePSIC, PsycINFO e SciELO e buscados estudos sobre a temática a partir dos descritores:‘workaholism’, ‘saúde mental no trabalho’, ‘estresse ocupacional’, ‘equilíbrio entre vida pessoal e profissional’, ‘adição ao trabalho’ e ‘intervenções organizacionais para bem-estar no trabalho’. Foram considerados estudos publicados entre 2014 e 2024. A análise dos textos selecionados foi conduzida por meio do método de Análise Temática. Os resultados evidenciaram que o comportamento workaholic não decorre apenas de fatores individuais, mas principalmente organizacionais e socioculturais, sendo frequentemente naturalizado e incentivado nos ambientes corporativos. Identificaram-se consequências como estresse crônico, ansiedade, insônia, depressão e comprometimento nas relações interpessoais. Foram discutidas cinco estratégias organizacionais e individuais de enfrentamento, por exemplo, a implementação de políticas de bem-estar, suporte psicológico e ações de promoção do equilíbrio entre vida pessoal e profissional. As considerações finais destacaram que a redução do workaholism promove ganhos relevantes tanto na esfera individual quanto coletiva, uma vez que ao reconfigurar a relação com o trabalho, os sujeitos passam a experimentar menor incidência de distúrbios emocionais como estresse crônico e Burnout. Conclui-se, portanto, que o combate ao workaholism exige transformações estruturais nas relações de trabalho.