Campo geral, de Guimarães Rosa, e Pedro Páramo, de Juan Rulfo : um estudo sobre as estruturas de poder

Registro completo de metadados
MetadadosDescriçãoIdioma
Autor(es): dc.contributorSoethe, Paulo Astor, 1968--
Autor(es): dc.contributorUniversidade Federal do Paraná. Setor de Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Letras-
Autor(es): dc.creatorAguiar, Larissa Walter Tavares de, 1989--
Data de aceite: dc.date.accessioned2020-09-24T17:34:30Z-
Data de disponibilização: dc.date.available2020-09-24T17:34:30Z-
Data de envio: dc.date.issued2020-03-03-
Data de envio: dc.date.issued2020-03-03-
Data de envio: dc.date.issued2019-
Fonte completa do material: dc.identifierhttps://hdl.handle.net/1884/65662-
Fonte: dc.identifier.urihttp://educapes.capes.gov.br/handle/1884/65662-
Descrição: dc.descriptionOrientador: Prof. Dr. Paulo Astor Soethe-
Descrição: dc.descriptionTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Letras. Defesa : Curitiba, 26/09/2019-
Descrição: dc.descriptionInclui referências: p. 196-205-
Descrição: dc.descriptionResumo: A presente tese, com base em dois textos representativos da literatura latino-americana: Campo Geral (1956), do escritor brasileiro João Guimarães Rosa, e Pedro Páramo (1955), do autor mexicano Juan Rulfo, analisa como a literatura é um importante instrumento de representação, compreensão e de discussão social. Esses dois autores nasceram, cresceram e escreveram sempre ligados a países que passaram por um processo de colonização e de instauração de uma nova sociedade local, pautada no modelo europeu. Com relação às artes, no século XX houve uma ruptura sistemática dessa influência, momento e movimento ao qual Rosa e Rulfo pertencem. Durante esse período, ocorreu a consolidação de uma arte mais representativa do continente latinoamericano, com expressões artísticas que buscavam traços mais fortemente marcados pelas identidades locais e se afastavam cada vez mais da tendência a imitar a arte europeia. Com isso, Rulfo e Rosa, ambientando suas narrativas em regiões interioranas de seus países, contribuem para uma literatura com originalidade e representatividade, que auxilia na construção de uma identidade da América Latina, bem como discutem questões humanas que extrapolam os contornos regionais de suas nações. As obras selecionadas para análise evidenciam como certas estruturas sociais são representadas na literatura de modo a possibilitar que o leitor reflita sobre a organização das sociedades. Assim, nota-se como literatura e reflexão social contribuem diretamente um com o outro, possibilitando a compreensão da dinâmica em que tanto as personagens quanto as pessoas estão envolvidas. Para análise, são destacados três pilares que sustentam estruturas de poder em sociedades latino-americanas até os dias atuais: o patriarcalismo, a religião e a violência, que se mostram presentes na estrutura dos textos rosiano e rulfiano em questão. A presente tese visa discutir como a literatura desses autores representa formas de interdependência e codeterminação desses fatores sociais: o patriarcalismo encontra na religião o discurso adequado para que possa ser legitimado, enquanto religião e patriarcado usam a violência como forma de manutenção da sua ordem. Além da agressão física, que é a mais evidente, as narrativas retratam ainda a violência simbólica e também o medo, sentimento consequente da tradição da violência e uma das bases para a manutenção do poder no sistema religioso. Com isso, nas obras estudadas, analisa-se como Bero, em Campo Geral, e Pedro Páramo, no livro homônimo, representam esse poder patriarcal mantido de forma violenta. Para tal, subjugam as mulheres e as crianças que, nesse sistema, não possuem voz e ficam à mercê das decisões autoritárias. Também é discutido o papel das personagens Vó Izidra, em Campo Geral, e padre Rentería, em Pedro Páramo, que representam o poder religioso, indicando o quanto a religião cristã, presente nos textos analisados, é utilizada para manter estruturas sociais como poder patriarcal. Palavras-chave: Guimarães Rosa; Juan Rulfo; Patriarcado; Religião; Violência.-
Descrição: dc.descriptionAbstract: This thesis, based on two representative texts of Latin American literature: Campo Geral (1956), by Brazilian writer João Guimarães Rosa, and Pedro Páramo (1955), by Mexican writer Juan Rulfo, analyzes how literature is an important instrument for representation, understanding and social discussion. These two authors were born, raised an wrote always linked to countries that have undergone a process of colonization and the establishment of a new constitution of local society, based on the European model. In relation to the arts, in the twentieth century there was a systematic break from this influence, moment to which Rosa and Rulfo belong. During this period, there was the consolidation of a more representative art of the Latin American continent, with artistic expressions seek genuine traces of their local identities, moving away from the attempt to imitate European art. With that, Rulfo and Rosa, setting their narratives in inland regions of their countries, they contribute to a literature with originality and representativeness, which helps to build an identity of Latin America, as well as discuss human issues that go beyond the regional contours of their nations. The works selected for analysis show how certain social structures are represented in the literature in order to allow the reader to reflect on the organization of societies. Thus, it is noted how literature and social reflection contribute directly to each other, making it possible to understand of the dynamics in which both characters and people are involved. For analysis, three pillars are highlighted that sustain power structures in Latin American societies to the present day: patriarchalism, religion and violence, which are present in the structure of the texts of Rosa and Rulfo in question. The present thesis aims to discuss how the literature of these authors represents forms of interdependence and codetermination of these social factors: the patriarchalism finds in religion the proper discourse so that it can be legitimized, while religion and patriarchy use violence to maintain their order. Beyond physical aggression, which is the most evident, the narratives also portray symbolic violence as well as fear, a consequent feeling of the tradition of violence and one of the bases for the maintaining of power in the religious system. Thus, in the works studied, is analyzed how Bero, in Campo Geral, and Pedro Páramo, in the book of the same name, represent this patriarchal power maintained violently. To do so, they subdue women and children who, in this system, they have no voice and are at the mercy of authoritarian decisions. The role of the characters Grandmother Izidra, in Campo Geral, and priest Rentería, in Pedro Páramo, are also discussed, who represent the religious power, indicating how much the Christian religion, present in the corpus, is used to maintain the social structures like the patriarchal power. Keywords: Guimarães Rosa; Juan Rulfo; Patriarchy; Religion; Violence.-
Formato: dc.format205 p.-
Formato: dc.formatapplication/pdf-
Formato: dc.formatapplication/pdf-
Palavras-chave: dc.subjectRosa, João Guimarães, 1908-1967 - Crítica e interpretação-
Palavras-chave: dc.subjectRulfo, Juan, 1918-1986 - Crítica e interpretação-
Palavras-chave: dc.subjectLiteratura latino-americana-
Palavras-chave: dc.subjectPatriarcado-
Palavras-chave: dc.subjectReligião na literatura-
Palavras-chave: dc.subjectViolencia na literatura-
Palavras-chave: dc.subjectLetras-
Título: dc.titleCampo geral, de Guimarães Rosa, e Pedro Páramo, de Juan Rulfo : um estudo sobre as estruturas de poder-
Aparece nas coleções:Repositório Institucional - Rede Paraná Acervo

Não existem arquivos associados a este item.