Bondye Beni ou : lugaridades com haitianos envangélicos

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Autor(es): dc.contributorGil Filho, Sylvio Fausto, 1963--
Autor(es): dc.contributorUniversidade Federal do Paraná. Setor de Ciências da Terra. Programa de Pós-Graduação em Geografia-
Autor(es): dc.creatorPereira, Rosa Martins Costa-
Data de aceite: dc.date.accessioned2019-08-21T23:05:59Z-
Data de disponibilização: dc.date.available2019-08-21T23:05:59Z-
Data de envio: dc.date.issued2017-08-15-
Data de envio: dc.date.issued2017-08-15-
Data de envio: dc.date.issued2016-
Fonte completa do material: dc.identifierhttp://hdl.handle.net/1884/43029-
Fonte: dc.identifier.urihttp://educapes.capes.gov.br/handle/1884/43029-
Descrição: dc.descriptionOrientador : Prof. Dr. Sylvio Fausto Gil Filho-
Descrição: dc.descriptionTese (doutorado) - Universidade Federal do Paraná, Setor de Ciências da Terra, Programa de Pós-Graduação em Geografia. Defesa: Curitiba, 21/03/2016-
Descrição: dc.descriptionInclui referências : fls. 274-288-
Descrição: dc.descriptionÁrea de concentração : Espaço, sociedade e ambiente-
Descrição: dc.descriptionResumo: "Bondye beni où!" é uma das saudações mais utilizadas para receber quem entra em uma igreja evangélica haitiana. Corresponde ao nosso famoso "Deus te abençoe!", uma saudação-manifestação da faticidade religiosa que permeia os mundos da vida de quem vivencia a experiência religiosa. Esperar que Deus abençoe alguém implica assumir tanto a existência da divindade quanto a vida do outro. Nesse sentido, a divindade se manifesta nas relações de alteridade no mundo vivido: é na aparição do outro que Deus abençoa. A presente pesquisa teve como objetivo compreender aspectos da experiência religiosa evangélica de haitianos no contexto migratório a partir da análise de lugaridades, construídas em entrevistas com haitianos e brasileiros que tiveram experiências de migração e com imigrantes, respectivamente. O suporte teórico-metodológico se insere na interlocução entre geografia e fenomenologia, um encontro que tem se mostrado profícuo. Entretanto, esse encontro ainda está por exercer influências nos estudos populacionais da ciência geográfica. Esse foi o grande desafio que enfrentamos: encontrar caminhos para uma análise fenomenológica de temas como o da fronteira, predominantemente estudados por outras abordagens. A partir das noções de mundos da vida (HEIDEGGER, 2010) e geograficidade (DARDEL, 2011), pensamos a religião como experiências do mundo vivido dos sujeitos da pesquisa que foram narradas em contato pessoal e prolongado com a pesquisadora. Construímos nossas reflexões a partir das referências geográficas lugar e mundo, desdobradas em nosso estudo como mundanidades e lugaridades aqui entendidas como expressões sentidas das microterritorialidades. Esta pesquisa surgiu de um incômodo sentido quando já estávamos em campo. Ao lermos notícias sobre a comunidade pesquisada, percebemos que as ideias subjacentes não manifestavam o que os membros da comunidade pensavam sobre si mesmos. As ideias divulgadas na mídia e em entrevistas com estudiosos reforçavam a posição de que a abertura de igrejas evangélicas por haitianos responderia unicamente a que eles estariam sendo manipulados pelas igrejas evangélicas brasileiras as quais estariam promovendo a despersonalização da haitianidade, como se esta tivesse apenas um modo de ser-no-mundo. No período de nossa pesquisa, vivenciamos a construção de uma nova lugaridade religiosa. Insatisfeita com a estrutura organizacional brasileira, que tolerava as diferenças mas requeria uma uniformização progressiva, assim como com os conflitos de compreensão sobre as relações de membresia, a comunidade haitiana pesquisada, sob a liderança de seu pastor também haitiano, decidiu se desvincular de uma Igreja brasileira e se filiar a outra. Limitar a riqueza dessa experiência à vinculação de membresia ou a preconceitos disfarçados (discursos sobre "despersonalização" ou a prova de uma suposta "inautenticidade" da fé por causa até mesmo de hábitos de higiene) é empobrecer o sentido da experiência religiosa na vida das pessoas. Por esses motivos, acreditamos ter alcançado o propósito deste estudo ao desvelarmos a geograficidade em alteridade dos mundos (próprio, circundante e compartilhado) dos haitianos evangélicos que participaram deste estudo, considerando a experiência como escala geográfica e o sujeito como lugar ao mergulharmos em suas narrativas a partir das quais as lugaridades dessas experiências foram construídas.-
Descrição: dc.descriptionRésumé: Bondye beni où ! " est une des salutations les plus utilisées pour accueillir celui qui entre dans une église évangélique haïtienne. Elle correspond à notre fameuse " Deus te abençoe ", une salutation-manifestation de la factualité religieuse qui traverse les mondes de la vie de celui qui vit l'expérience religieuse. Espérer la bénédiction de quelqu'un par Dieu suppose l'acceptation de l'existence de la divinité, ainsi que de la vie de l'autre. Dans ce sens, la divinité se manifeste dans les rapports d'altérité au monde vécu: c'est à partir de la présence de l'autre que Dieu bénit. Cette recherche visait à comprendre certains aspects de l'expérience religieuse évangélique des Haïtiens dans le contexte migratoire, à travers l'analyse des lieuités constituées lors d'intervues réalisées avec des Haïtiens et des Brésiliens qui ont eu, respectivement, des expériences de migration et avec des immigrants. Le support théorico-méthodologique s'inscrit dans l'interlocution entre géographie et phénoménologie, un dialogue fécond. Cette rencontre, toutefois, est encore loin d'exercer une influence sur les études de population de la science géographique. Tel était le défi que nous devions relever: trouver des chemins pour une analyse phénoménologique des sujets tel que celui de la frontière, étudiés principalement par d'autres approches. À partir des concepts de " mondes de la vie " (HEIDEGGER, 2010) et de " géographicité " (DARDEL, 2011), nous pensons la religion comme des expériences du monde vécu des sujets de la recherche: des expériences racontées de vive voix au chercheur lors des rencontres prolongées. Nous construisons nos réflexions à partir des références géographiques telles que " lieu " et " monde ", élargies dans notre étude à celles de " mondanités " et de " lieuités ", ici comprises comme des expressions des micro-territorialités senties. Cette recherche est née d'une gêne ressentie quand nous étions déjà sur le terrain. À la lecture des nouvelles sur la communauté étudiée, nous avons perçu que les idées sous-jacentes à ces nouvelles contredisaient ce que pensaient d'eux-mêmes les membres de la communauté. Les idées véhiculées par les médias, ainsi que celles avancées par des experts dans des intervues, renforçaient la conviction selon laquelle l'ouverture des églises évangéliques par des Haïtiens se devait uniquement du fait de leur manipulation par des églises évangéliques brésiliennes, lesquelles seraient en train de mettre en pratique la dépersonnalisation de l'haïtiannité, comme si celle-ci n'avait qu'un seul mode d'être-au-monde. Pendant notre recherche, nous avons témoigné de la construction d'une nouvelle lieuité religieuse. Mécontente de la structure organisationnelle brésilienne, qui tolérait lês différences, mais qui exigeait une standardisation progressive, mais aussi des conflits dus aux différentes façons de concevoir les rapports entre les membres, la communauté haïtienne étudiée, sous la direction de son pasteur lui aussi haïtien, a décidé de se détacher d'une église brésilienne et de s'affilier à une autre. Limiter la richesse de cette expérience aux seuls liens entre les membres ou à des préjugés masqués (les discours sur la dépersonnalisation ou la soi-disant preuve de l'inauthenticité de la foi des Haïtiens à cause, par exemple, des habitudes d'hygiène), c'est appauvrir le sens de l'expérience religieuse dans la vie des gens. Ainsi, nous croyons avoir atteint le but de cette étude en montrant la géographicité en altérité des mondes (propre, environnant et partagé) des Haïtiens évangéliques ayant participé à cette étude, en envisageant l'expérience comme une échelle géographique, ainsi que le sujet comme lieu, en plongeant dans leurs récits, à partir desquels les lieuités de ces expériences ont été construites.-
Formato: dc.format300 f. : il. algumas color., grafs., tabs.-
Formato: dc.formatapplication/pdf-
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Relação: dc.relationDisponível em formato digital-
Palavras-chave: dc.subjectGeografia-
Palavras-chave: dc.subjectReligiosidade-
Palavras-chave: dc.subjectTerritorialidade humana-
Palavras-chave: dc.subjectTeses-
Título: dc.titleBondye Beni ou : lugaridades com haitianos envangélicos-
Tipo de arquivo: dc.typelivro digital-
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