Bioecologia de Dichelops (Diceraeus) melacanthus (Dallas, 1851) (Heteroptera: Pentatomidae), danos e controle em soja, milho e trigo no norte do Paraná

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Autor(es): dc.contributorPanizzi, Antonio Ricardo-
Autor(es): dc.contributorUniversidade Federal do Paraná. Setor de Ciencias Biológicas. Programa de Pós-Graduaçao em Ciencias Biológicas (Entomologia)-
Autor(es): dc.creatorChocorosqui, Viviane Ribeiro-
Data de aceite: dc.date.accessioned2019-08-22T00:20:54Z-
Data de disponibilização: dc.date.available2019-08-22T00:20:54Z-
Data de envio: dc.date.issued2013-08-05-
Data de envio: dc.date.issued2013-08-05-
Data de envio: dc.date.issued2013-08-05-
Fonte completa do material: dc.identifierhttp://hdl.handle.net/1884/31736-
Fonte: dc.identifier.urihttp://educapes.capes.gov.br/handle/1884/31736-
Descrição: dc.descriptionResumo: Estudos referentes a identificacao, distribuicao geografica, bioecologia, danos e controle dos percevejos Dichelops (Diceraens) spp. em soja [Glycine max (L.) Merrill], milho (Zea mays L.) e trigo (Triticum aestivum L.) foram realizados na regiao de Londrina, Parana. A identificacao dos percevejos do genero Dichelops Spinola, 1837 ocorrentes no Brasil foi possivel, baseando-se principalmente na genitalia masculina e em caracteres externos dos insetos. A especie D. melacanthus (Dallas, 1851), utilizada nos trabalhos a campo e em laboratorio, foi predominante na regiao Norte do Parana e na maioria dos Estados brasileiros localizados na regiao Tropical, sendo deste modo a especie mais adaptada as condicoes ambientais brasileiras. D. phoenix Grazia, 1978 foi raramente encontrado no Brasil, havendo apenas nove registros desta especie no levantamento realizado. D. furcatus (Fabr., 1775) foi predominante no Sul do Brasil, principalmente em areas com temperaturas amenas. Em levantamento realizado durante um ano, o percevejo barriga-verde, D. melacanthus, foi observado com maior frequencia durante o outono e o inverno, periodo correspondente as safras de milho e aveia-preta {Avena strigosa Schreb). A cultura do milho safrinha, bem como a cobertura vegetal morta (palha) proporcionada pelo sistema de semeadura direta, contribuiram para a manutencao e o desenvolvimento do percevejo D. melacanthus na regiao de Londrina, PR. O percevejo apresentou distribuicao espacial desuniforme no campo. Em laboratorio, os melhores resultados quanto ao desempenho de ninfas do percevejo barriga-verde ocorreram quando alimentados em estruturas reprodutivas das plantas de soja, milho e trigo, em comparacao as plantulas de milho e trigo, alimentos nos quais nao se obtiveram adultos. Ninfas alimentadas com sementes secas de milho (SSM) tenderam a apresentar menor mortalidade (60,9%), em comparacao aos outros alimentos [63,8% em vagens verdes de soja (W S ) e sementes secas de trigo (SST); 71,0% em sementes secas de soja (SSS); 76,8% em espigas de trigo (ET); 100,0% em plantulas de milho (PM) e de trigo (PT)]. No teste de preferencia, ninfas de D. melacanthus preferiram se alimentar de W S (61,4%). As SSM, apesar da adequabilidade nutricional, nao foram preferidas por ninfas do percevejo barriga-verde (2,8%). Os alimentos menos adequados para o desenvolvimento de D. melacanthus tambem foram menos preferidos por ninfas desse percevejo, em comparacao a VVS (2,6, 8,9 e 3,5%, para ET, PM e PT, respectivamente). Os adultos tambem apresentaram desempenho melhor ao se alimentarem de partes reprodutivas das plantas de soja, milho e trigo, em comparacao a PM e PT. SSS e W S foram os alimentos que proporcionaram um desempenho reprodutivo melhor, devido a maior percentagem de femeas que ovipositaram (76,2%). W S (35,5%), PM (24,7%) e SSS (19,3%) foram os alimentos mais visitados no teste de preferencia alimentar de adultos. D. melacanthus foi encontrado a campo em algumas plantas nao cultivadas, como a trapoeraba (Commelina benghalensis L.) e a crotalaria (Crotalaria lanceolata L ). Apesar da abundancia de D. melacanthus observada a campo em trapoeraba, nao foram obtidos adultos em laboratorio, de ninfas alimentadas com ramos e frutificacoes dessa planta. Em vagens verdes de crotalaria, somente 26,7% das ninfas conseguiram atingir a fase adulta, em comparacao a 40% em W S . Estudando a influencia do fotoperiodo na biologia e na ocorrencia de formas sazonais de D. melacanthus em laboratorio, foi possivel constatar que a fotofase de 14hL (dias longos) e a condicao fotoperiodica ideal para o desenvolvimento de ninfas de D. melacanthus, principalmente por proporcionar menores taxas de mortalidade durante o desenvolvimento. D. melacanthus apresentou oligopausa reprodutiva, que e induzida por fotofases de 11 e 12hL, com maior intensidade em llhL. A oligopausa foi caracterizada principalmente pela ocorrencia de alimentacao periodica, mesmo sob fotofases tipicas de inverno. Adultos do percevejo D. melacanthus apresentaram dimorfismo sazonal induzido pelo fotoperiodo. Em condicoes de dias curtos (11 e 12hL), os adultos apresentaram espinhos pronotais curtos e arredondados, predominancia da coloracao abdominal marrom-acinzentada, teor elevado de lipidios e maior percentagem de orgaos reprodutivos imaturos. Sob condicoes de dias longos (13 e 14hL), foram observados espinhos pronotais longos e pontiagudos, coloracao abdominal verde, teor relativamente baixo de lipidios e orgaos reprodutivos maduros. O percevejo D. melacanthus nao se desenvolveu sob temperaturas amenas (15°C e 20°C) em laboratorio, sendo obtido apenas um adulto a 20°C (n=30). O tempo de desenvolvimento total (dias) foi maior quando as ninfas foram mantidas a temperatura de 20°C (56,0), em comparacao a 25°C (24,8 e 24,0, para femeas e machos, respectivamente). Em coletas realizadas a campo, o percevejo D. melacanthus apresentou espinhos pronotais curtos e arredondados no outono/inverno, quando o fotoperiodo e mais curto. Todos os percevejos coletados nos meses de setembro a marco (primavera/verao) apresentaram coloracao abdominal verde; durante o inverno, parte da populacao apresentou o abdomen marrom-acinzentado. O indice de parasitismo de adultos por taquinidios (Trichopoda fritem Blanchard, 1966, Phasia sp. e Cylindromyia sp.) neste periodo foi baixo, em comparacao ao observado durante a primavera e o verao. Machos e femeas apresentaram orgaos reprodutivos imaturos e teores lipidicos elevados no outono/inverno, indicando oligopausa. Os danos de D. melacanthus em plantulas de soja foram verificados em casa-de-vegetacao. Mesmo em condicoes de superpopulacao, o percevejo barriga-verde nao afetou significativamente o desempenho das plantas, nao havendo, portanto, a necessidade de controla-los, caso haja infestacoes iniciais semelhantes as observadas recentemente nessa cultura. Em milho safrinha, foi possivel constatar prejuizos significativos nos niveis populacionais acima de 2 percevejos/m2. Dois trabalhos foram realizados em casa-de-vegetacao para verificar o efeito de inseticidas na reducao dos danos e no controle do percevejo D. melacanthus em milho. No primeiro estudo, no qual foram utilizadas caixas de fibrocimento, o tratamento de sementes com Thiamethoxam foi o mais eficiente na reducao dos danos causados por esse percevejo, seguido pelo tratamento com Metamidofos em pulverizacao pos-emergente. O tratamento de sementes com Imidacloprid tambem reduziu o numero de plantas danificadas, porem a percentagem de danos severos em plantas tratadas com este produto foi relativamente alta, em comparacao aos outros tratamentos quimicos e a testemunha sem inseto. No segundo trabalho, no qual foram utilizados recipientes menores, o tratamento de sementes com Imidacloprid e Thiamethoxam, nas mesmas doses, foi eficiente no controle de D. melacanthus e, consequentemente, na reducao dos danos causados por esta praga em plantas de milho. Em trigo, os resultados demonstraram que D. melacanthus se tornou uma praga importante desta cultura no Norte do Parana, principalmente devido a expansao do sistema de semeadura direta, o qual favorece sua biologia. O percevejo barriga-verde causou danos em todos os estadios de desenvolvimento do trigo estudados, havendo, porem, maior reducao na producao de graos quando a infestacao foi realizada do periodo de alongamento das plantas a fase de graos em massa mole. A utilizacao de tratamento de sementes em trigo nao foi tao eficiente quanto em milho; porem, esse metodo de controle evitou o acamamento e aumentou consideravelmente a producao de trigo a campo, infestado por dois niveis populacionais de D. melacanthus. O tratamento de sementes com Imidacloprid foi o mais eficiente na reducao dos prejuizos na producao de graos, em relacao a testemunha.-
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Título: dc.titleBioecologia de Dichelops (Diceraeus) melacanthus (Dallas, 1851) (Heteroptera: Pentatomidae), danos e controle em soja, milho e trigo no norte do Paraná-
Tipo de arquivo: dc.typelivro digital-
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