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Metadados | Descrição | Idioma |
---|---|---|
Autor(es): dc.contributor | Massini-Cagliari, Gladis | - |
Autor(es): dc.contributor | Universidade Estadual Paulista (UNESP) | - |
Autor(es): dc.creator | Sakumoto, Janaína Tamyê Bonani | - |
Data de aceite: dc.date.accessioned | 2025-08-21T21:10:21Z | - |
Data de disponibilização: dc.date.available | 2025-08-21T21:10:21Z | - |
Data de envio: dc.date.issued | 2025-08-01 | - |
Data de envio: dc.date.issued | 2025-05-30 | - |
Fonte completa do material: dc.identifier | https://hdl.handle.net/11449/312610 | - |
Fonte: dc.identifier.uri | http://educapes.capes.gov.br/handle/11449/312610 | - |
Descrição: dc.description | A pesquisa tem como objetivo estudar a obra Quarto de despejo: diário de uma favelada (2014), de Carolina Maria de Jesus, a qual foi publicada pela primeira vez em 1960, porém, neste estudo, usa-se a edição de 2014, buscando observar como o preconceito linguístico interfere na construção da imagem da obra e da autora. Tendo em vista que a escrita da autora é baseada na linguagem oral e que há, no início do livro, um aviso do editor sobre a manutenção da escrita original, a qual, muitas vezes, contradiz os preceitos da gramática normativa, busca-se analisar de que forma a falta de acentuação gráfica das palavras, mantida pela edição, pode originar a visão preconceituosa do público para com Carolina e sua obra. Na coleta de dados, foram sistematizados todos os “desvios”, em relação à norma-padrão, de acordo com as normas prescritivas, mapeando, assim, 785 dados referentes a um número limitado de fenômenos: falta de acentuação gráfica, ortografia, concordância verbal e nominal não padrão, regência verbal e nominal não padrão, uso não padrão da vírgula e truncamento e justaposição de períodos. Em razão de a maior quantidade de “desvios” mapeados por este estudo estar localizada na ausência de acento gráfico, delimitou-se como este o fenômeno a ser estudado. Nesse sentido, a investigação consiste em examinar os fenômenos de acentuação gráfica, de modo que se analise quando a falta de acento gráfico provoca a mudança de sentido da palavra, a fim de refletir de que forma esse tipo de ausência indicia preconceito linguístico por parte do editor e de críticos, dos quais Carolina e sua obra foram vítimas, e o quanto a escolha de manter a grafia original de Carolina (não) seria um desejo de se criar um estereótipo em torno de sua figura, o que é verificável, como aponta Ramos (2013), em relação à escrita de grupos marginalizados nos quais a escritora se insere. A análise dos “desvios” ortográficos relacionados à falta de acentuação gráfica revela que tais desvios não comprometem a compreensão do texto, mas expõem o preconceito linguístico presente na sociedade brasileira. A manutenção da escrita original de Carolina, acompanhada de justificativas editoriais, reforça estigmas sociais e culturais ao classificar sua linguagem como “errada” por não seguir a norma-padrão. A pesquisa comprova que a compreensão do texto depende mais do contexto e da interação entre autor, texto e leitor do que da adesão rígida à norma gramatical. Além disso, a ênfase nos “erros” ortográficos de Carolina não apenas ignora sua autenticidade, mas reforça sua condição de escritora marginal, revelando uma exploração comercial que capitaliza sobre estigmas de classe e raça. Por fim, a obra de Carolina deve ser valorizada por meio de sua linguagem original, que, mais do que refletir sua realidade social, se apresenta como um ato de resistência e afirmação da identidade, desafiando as normas estabelecidas e celebrando a diversidade linguística do Brasil. | - |
Descrição: dc.description | This research aims to study the book Quarto de despejo: diário de uma favelada (2014), by Carolina Maria de Jesus, first published in 1960. This study takes the 2014 edition to observe how linguistic prejudice influences the construction of the image of both the work and the author. Considering that the author’s writing is based on oral language and that the book begins with a note from the editor stating that the original writing has been preserved — despite often contradicting prescriptive grammar rules — this study seeks to analyse how the absence of diacritical marks, retained in this edition, can fuel prejudiced views of Carolina and her work. During data collection, 785 occurrences of “deviations” from standard grammar were mapped, all related to a limited number of phenomena: lack of diacritical marks, spelling, non-standard verbal and nominal agreement, non-standard verbal and nominal government, non-standard comma use, and truncation or juxtaposition of clauses. Given that most “deviations” mapped in this study relate to the absence of diacritical marks, this phenomenon was chosen as our focus. Thus, the investigation consists of examining diacritical patterns and analyzing when such absence leads to changes in word meaning, to reflect on how this type of omission indicates linguistic prejudice on the part of editors and critics, to which Carolina and her work have been subjected. This also raises the question of whether the decision to maintain Carolina’s original spelling was a choice to construct a stereotype around her image — a phenomenon common in the writing of marginalized groups to which the author belongs, as Ramos (2013) points out. The analysis of orthographic “deviations” related to the absence of diacritical marks reveals that such deviations do not compromise textual comprehension, but rather expose the linguistic prejudice in Brazilian society. The preservation of Carolina’s original writing, accompanied by editorial justifications, reinforces social and cultural stigmas by labelling her language as “wrong” for not adhering to standard norms. The research shows that text comprehension depends more on context and the interaction between author, text, and reader than on strict adherence to grammatical norms. Furthermore, the emphasis on Carolina’s spelling “errors” not only disregards her authenticity but also reinforces her marginal status as a writer, revealing a commercial exploitation that capitalizes on class and racial stigmas. Ultimately, Carolina’s work should be valued through her original language, which, beyond reflecting her social reality, stands as an act of resistance and affirmation of identity, challenging established norms and celebrating Brazil’s linguistic diversity. | - |
Descrição: dc.description | Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) | - |
Descrição: dc.description | 001 | - |
Formato: dc.format | application/pdf | - |
Idioma: dc.language | pt_BR | - |
Publicador: dc.publisher | Universidade Estadual Paulista (UNESP) | - |
Relação: dc.relation | https://orcid.org/0000-0002-2239-8473 | - |
Direitos: dc.rights | info:eu-repo/semantics/openAccess | - |
Palavras-chave: dc.subject | Preconceito linguístico | - |
Palavras-chave: dc.subject | Variação linguística | - |
Palavras-chave: dc.subject | Acento gráfico | - |
Palavras-chave: dc.subject | Vozes marginalizadas | - |
Palavras-chave: dc.subject | Carolina Maria de Jesus | - |
Palavras-chave: dc.subject | Diacritical marks | - |
Palavras-chave: dc.subject | Linguistic prejudice | - |
Título: dc.title | A interferência do preconceito linguístico na publicação de obras literárias com usos não convencionais de escrita: análise de Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus | - |
Título: dc.title | The Interference of Linguistic Prejudice in the Publication of Literary Works with Non-Conventional Writing: an analysis of Quarto de Despejo, by Carolina Maria de Jesus. | - |
Tipo de arquivo: dc.type | livro digital | - |
Aparece nas coleções: | Repositório Institucional - Unesp |
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