Finanças Comportamentais: Uma Análise Comparativa

Abstract

As finanças comportamentais emergem como uma disciplina que questiona os pressupostos da racionalidade absoluta e eficiência dos mercados financeiros tradicionais, incorporando aspectos psicológicos, emocionais e cognitivos ao entendimento do comportamento dos investidores. Este artigo realiza uma análise comparativa entre os modelos tradicionais de finanças e as abordagens comportamentais, explorando as limitações dos primeiros e os avanços proporcionados pelos segundos. São discutidos os principais vieses cognitivos e heurísticas que afetam as decisões financeiras, bem como os impactos dessas descobertas para o funcionamento dos mercados e para as políticas públicas. Além disso, são abordados os desafios e as perspectivas futuras da área, incluindo o papel das novas tecnologias e da neurociência econômica. O artigo fundamenta-se em estudos e pesquisas relevantes até 2022, como os trabalhos de Kahneman e Tversky, Thaler, Shiller, entre outros, oferecendo uma visão atualizada e crítica sobre o tema. Conclui-se que as finanças comportamentais ampliam a compreensão dos fenômenos financeiros, fornecendo ferramentas essenciais para aprimorar a tomada de decisão, a regulação e a educação financeira, contribuindo para mercados mais eficientes e inclusivos. Adicionalmente, o artigo ressalta a importância da interdisciplinaridade para o desenvolvimento das finanças comportamentais, destacando como a integração de conhecimentos provenientes da psicologia, economia experimental, neurociência e ciência de dados tem potencial para aprofundar a análise do comportamento humano em contextos financeiros complexos. Essa convergência permite não apenas explicar anomalias de mercado, mas também propor intervenções mais eficazes para mitigar os efeitos negativos dos vieses comportamentais. Em um cenário global marcado por volatilidades e crises recorrentes, compreender as nuances da decisão financeira humana torna-se imprescindível para a construção de estratégias resilientes e sustentáveis, tanto para investidores individuais quanto para instituições financeiras e reguladores.