AVALIAÇÃO COMO APRENDIZAGEM: POSSIBILIDADES PARA A AUTORREGULAÇÃO DOS ALUNOS

Abstract

Ainda hoje muitas discussões e debates são tecidos em torno da avaliação, isto porque sua conceituação e utilização nas escolas não se apresentam de forma unânime. Apesar de se conhecer os conceitos, não se aplica, de modo que o avaliar está muito mais para o examinar. Segundo Francisco e Moraes (2013), a avaliação ainda não se consolidou como uma ferramenta formativa nos espaços escolares e, em variados contextos, “[...] é utilizada como disciplinadora, como ameaça para conseguir a atenção e comportamento adequado dos alunos” (Francisco; Moraes, 2013, p.14970). Deste modo, emerge a necessidade de mudança de visão e, sobretudo, de prática sobre a avaliação. Primeiramente, vê-se a necessidade de compreender a avaliação não como algo separado dos processos de ensino e aprendizagem, mas como um aliado a mais para a promoção da regulação da aprendizagem, de modo que o próprio aluno perceba quais são suas lacunas e, de acordo com os objetivos, o que ainda precisa aprender. Neste sentido, Elmore (2019), discorre que o futuro da avaliação não pode ser separado do futuro da aprendizagem. Para Sanmartí (2020), avaliação e aprendizagem encerram um único processo, pois a avaliação orienta o discente e o professor sobre as dificuldades que surgem no processo educacional a fim de encontrar soluções baseadas na autoavaliação para a autorregulação. Outro aspecto importante é que mudar a prática docente não é tão simples. Trata-se de mudanças de paradigmas que podem levar tempo, estudos e discussões para ocorrerem, fato que nos impele a explicitar a importância da formação continuada dos professores.Silva e Santos (2012) argumentam que a formação docente não se encerra na fase de formação inicial, esta formação necessita ser permanente, pois “[...] a formação inicial é uma das fases do desenvolvimento profissional e que, por isso, possui algumas limitações cujos impactos têm imposto a necessidade da criação de oportunidades de formação continuada” (Silva; Santos, 2012, p. 153). Sendo assim, a proposição de um curso de formação a respeito da Avaliação como Aprendizagem (AcA), a Autoavaliação e suas contribuições para a aprendizagem autorregulada fez-se viável, pois se vê nele a oportunidade de levar ao conhecimento de professores em serviço uma tipologia avaliativa que se 9 mostrasingular quanto ao destaque para a autonomia do aluno, e pelo mesmo viés percorre a Autoavaliação, vista como uma ferramenta de avaliação propícia a desenvolver no aluno não só a autonomia, bem como o senso crítico e responsabilidade partilhada de suas aprendizagens por meio da autorregulação.Ademais, para o desenvolvimento da AcA e da Autoavaliação em sala de aula, o professor é peça essencial, uma vez que, corrobarando com Dann (2014), há uma expectativa de que “as realidades da prática de sala de aula e os poderosos papéis mediadores dos professores continuarão a criar experiências autênticas para a avaliação e aprendizagem”1 (p. 151), de modo que aquela pode ser decisiva na efetivação desta. Este Produto Educacional (PE) está vinculado ao Programa de PósGraduação em Ensino ( PPGEN), da UENP – Campus de Cornélio Procópio, por meio de pesquisa de dissertação intitulada “Avaliação Como Aprendizagem e Autoavaliação: possibilidades para a autorregulação das aprendizagens”. O PE pretende, portanto, apresentar um curso de formação a professores da Rede Básica do Ensino Fundamental – anos finais, com vistas a abordar a temática de pesquisa, colocando em destaque as contribuições do uso da AcA e da Autoavaliação em sala de aula como formas propícias de autorregulação da aprendizagem pelo próprio discente. Na próxima seção, apresentamos a fundamentação teóricometodológica que embasa a pesquisa, sobretudo no que tange aos estudos relacionados à Avaliação como Aprendizagem e à Autoavaliação.