Ambulatório de extensão para o ensino da medicina do estilo de vida: relatório de tecnologia social

Abstract

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como hipertensão arterial e diabetes mellitus tipo 2, representam um dos maiores desafios de saúde pública no Brasil e no mundo. O aumento da incidência dessas doenças está intimamente relacionado a fatores de estilo de vida, como alimentação inadequada, sedentarismo e tabagismo. Nesse contexto, a formação médica precisa evoluir para preparar profissionais capazes de atuar na prevenção e no manejo dessas condições a partir de abordagens baseadas em Medicina do Estilo de Vida (MEV). O ensino médico tradicional, frequentemente centrado em modelos biomédicos, deve incorporar metodologias ativas e abordagens interdisciplinares que possibilitem aos futuros médicos desenvolverem competências relacionadas à promoção da saúde e à mudança de comportamento dos pacientes. O Ambulatório de Extensão em Medicina do Estilo de Vida (MEV) surge como uma iniciativa inovadora para capacitar estudantes de medicina na aplicação prática dos pilares da MEV. Por meio dessa experiência extensionista, os estudantes são protagonistas no atendimento de pacientes com diagnóstico recente de doenças crônicas, sendo responsáveis pelo acompanhamento e pela orientação sobre mudanças no estilo de vida. O ambulatório também promove a integração entre diferentes áreas da saúde, incluindo medicina, nutrição e educação física, proporcionando uma formação mais ampla e alinhada às demandas contemporâneas da saúde pública. Este relatório apresenta a estrutura, os impactos e as perspectivas dessa tecnologia social no ensino em saúde, destacando sua relevância para a educação médica e para a melhoria do cuidado de pacientes com DCNTs.