Perfil e percepção dos professores de educação física, frente à educação especial na perspectiva inclusiva: formação e condições de trabalho

Abstract

A educação inclusiva tem sido um desafio no contexto educacional brasileiro, tanto pela fragilidade na implementação e efetivação das Políticas Públicas Inclusivas, quanto pelas condições de trabalho dos profissionais que lidam com essa realidade, pela falta de formações continuadas, no trato do aperfeiçoamento profissional, assim como pela ausência de recursos e estruturas adequadas. O ensino da Educação Física, principalmente no contexto das escolas públicas brasileiras, tem sido bastante desafiador, pois a falta de infraestrutura e recursos pedagógicos fazem dos professores verdadeiros “malabaristas”, que constantemente adaptam suas aulas para possibilitar aos estudantes a vivência da teoria com a prática. A pesquisa teve como objetivo geral, identificar os desafios da Educação especial na perspectiva Inclusiva com base na percepção dos professores de Educação Física que atuam no Ensino Médio na Rede Pública de João Pessoa – PB. A pesquisa se caracterizou como qualitativa, quantitativa, descritiva e exploratória e utilizou de técnicas de levantamento bibliográfico, documental e aplicação de questionário. Para a análise dos dados qualitativos, foi utilizada a técnica de Análise de Conteúdo Temática. Em relação aos dados quantitativos, foram empregadas técnicas de tabulação numéricas, com estatística simples e descrição das causas dos dados obtidos. Em relação aos resultados, considera-se que um dos gargalos se encontra na formação inicial e, posteriormente, na formação continuada. Observa-se que os currículos ainda são superficiais sobre a temática da educação especial na perspectiva inclusiva. As formações continuadas, quando ofertadas pelo Estado, normalmente abordam a temática da educação especial e da educação inclusiva de forma generalizada, o que resulta em uma incompatibilidade com área específica do profissional de Educação Física. Vale destacar que o estudo identificou nas narrativas dos professores, a falta de estrutura nas escolas, a ausência de acessibilidade, de recursos e materiais, sendo essas carências reflexo de um Estado fragilizado e excludente no ponto de vista educacional.