Pastoral dos surdos no Brasil: uma modalidade de inclusão social da diversidade auditiva

Abstract

A sociedade brasileira já avançou muito no que diz respeito à consciência sobre os direitos humanos das mulheres, dos povos originários, das minorias (ou maiorias) étnicas, do respeito à opção de cada um pelo gênero ou pela fé religiosa que quer professar. Nossas leis em relação aos direitos das crianças e dos idosos são reconhecidamente consistentes e bem elaboradas, constituem um marco importante numa trajetória histórica na qual estas categorias tantas vezes no passado foram espezinhadas, marginalizadas e oprimidas. Também em relação à consciência social sobre as pessoas com deficiência (PcD), não resta dúvida que progredimos bastante. Imagine-se o que significou o fim dos manicômios, verdadeiras instituições de confinamento de todo o tipo de pessoas com algum transtorno mental. Pensemos em quanto melhorou a sensibilidade e o conhecimento da sociedade em relação às características e as necessidades específicas dos autistas, ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) e pessoas com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade). Muita coisa ainda era impensável vinte anos atrás. Mas visto numa perspectiva mais afastada o caminho até aqui tem sido longo e difícil. Também sabemos que boa parte da excelente legislação continua letra morta nas periferias, nos interiores, mas também nos centros e nos espaços feitos apenas para uma elite. A cada dia ouvimos e tomamos conhecimento de casos persistentes de preconceito, violência simbólica ou física, quando não de assassinato de pessoas que foram mortas por serem mulheres, ou indígenas, homossexuais, negros ou por serem pessoas com deficiência.