Para Além da “descoberta” do Brasil: invadindo a versão dos “vencedores” com quadrinhos e história indígena

Abstract

O texto apresenta a pesquisa vinculada à linha de práticas educativas, do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Humanidades (PPGEH), tendo como objeto de estudo as possibilidades de construção do saber histórico por meio das histórias em quadrinhos (HQ), especificamente, A Infância do Brasil de José Aguiar (2022) e Crônicas Ameríndias por Gustavo Schimpp e Enrique Alcatena (2021). Nesse sentido, exploramos as HQ’s, construindo uma proposta de ensino com o objetivo de favorecer a elaboração do conhecimento histórico pelos estudantes por meio do uso dos quadrinhos nas aulas de História e fomentar a consciência histórica dos discentes. Para tanto, utilizamos o aporte teórico composto pelo conceito de consciência histórica, por Jörn Rüsen (2011). Além disso, mobilizamos o aparato teórico-metodológico de Rüsen (2015; 2011) sobre a pesquisa histórica para analisar as graphics novels como evidência histórica, fonte, objeto, expressão de uma dada consciência histórica e para a construção da proposta didática, entendendo as obras também como recurso didático e valendo-nos das reflexões do autor para elaborar uma prática de ensino que possibilite a formação da consciência histórica pelos estudantes. Diante disso, para o produto educacional, propomos a elaboração de um material didático que alinhe a teoria com a prática, ao evidenciar as possíveis formas de usar os quadrinhos nas aulas de História para fomentar a consciência histórica a partir das narrativas, escritas ou gráficas, criadas pelos estudantes. Como resultado da pesquisa, pudemos concluir que os quadrinhos se revelaram um bom instrumento didático, principalmente por possibilitar levar para a sala de aula discussões historiográficas contemporâneas sobre a história indígena.