BRASIL, 2016: CULTURA HISTÓRICA DIGITAL E CONCEITOS QUE CONSTROEM A HISTÓRIA PRESENTE NO AMBIENTE ESCOLAR

Abstract

No cenário político e social do Brasil do século XXI, o governo da presidente Dilma Rousseff, entre 2013 e 2016, se tornou objeto de disputa entre a grande mídia que legitimou o processo de impeachment e os historiadores que denunciaram a ação como um golpe à democracia. Parte dessa disputa conceitual se deu por meio das redes sociais, impulsionada pelos diversos movimentos sociais na chamada Jornada de Junho de 2013; essas narrativas atingiram os diferentes setores da sociedade e consequentemente o ambiente escolar, no qual os alunos, como sujeitos integrantes da sua comunidade, criam e reproduzem os discursos e conceitos propagados pela Cultura Digital. Esse período marca um movimento de mudança no tempo presente que gera debates e impacta no modo como os alunos compreendem o passado, o presente e o futuro. No Ensino de História a pergunta que se coloca é: como promover a formação histórica dos alunos em um contexto de disputas narrativas e ideológicas? Para responder tal pergunta, são analisados os discursos produzidos pelos historiadores na obra Historiadores pela Democracia: o golpe de 2016 e a força do passado (2016), e as narrativas publicadas pelo G1, portal de notícias online do grupo Globo. A presente pesquisa visa pensar a relação entre conceitos e aprendizagem histórica do Tempo Presente e da História Pública na era das mídias sociais por meio do contexto político brasileiro no ano de 2016, marcado pelas disputas de narrativas em torno do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Além disso, é apresentada uma proposta metodológica que corresponde a uma demanda atual de um ensino de história: a criação de um jogo sobre as diferentes narrativas produzidas sobre o período, na perspectiva da educação histórica e que incorpora os conceitos-chave formadores do pensamento histórico.